A Simplicidade da Flor de Lótus e o Ensino de Buda

Buda convocou seus seguidores e lhes apresentou uma flor de lótus - emblema da pureza, pois brota límpida mesmo em brejos.
- Falem-me sobre o que seguro - pediu Buda.
O primeiro discorreu sobre o significado espiritual das flores.
O segundo declamou um poema encantador sobre as pétalas.
O terceiro criou uma história simbólica com a flor como figura central.
Quando foi a vez de Mahakashyao, ele se aproximou, aspirou o aroma da flor e suavemente tocou seu rosto com a pétala.
- É uma flor de lótus - falou Mahakashyao. Simples e encantadora.
- Somente você enxergou o que eu tinha em mãos - reconheceu Buda.

MENSAGENS RELACIONADAS

Ode à Única Flor do Meu Jardim

Flor, maravilha de esplendor sem fim,
De doce fragrância e constante vigor.
Flor cor-de-rosa,
Flor rubra,
Flor alva,
Flor de todas as espécies.
Cada uma mais perfeita que a outra,
Porém no meu universo, existe somente uma.
É ela a mais perfeita das flores,
Com seu cheiro único e suas pétalas,
Que são o encanto do mundo,
Seu fulgor ilumina meu existir,
Sua tonalidade é arrebatadora.
Se neste planeta houvesse
Mais flores como ela, mesmo assim,
Continuaria sendo ela, a mais perfeita...
Pois seu semblante, é o manancial,
A fonte da perfeição feminina eterna.
Por onde ela caminha desperta desejo,
Atrai olhares,
É assombrosa tua formosura,
A ponto de enlouquecer-me...
Só ao ver-te, e não tocar-te, perco a razão
Minha flor!
Seu nome, é puro e ainda mais belo,
Pois foi forjado com sapiência,
Atributos que outras flores raramente possuem.
Minha flor!
Seu nome é o símbolo do amor em meu coração,
Da vastidão abissal do meu ser,
Do desejo mais puro e inocente, o amor,
Minha flor!

Anseio pela Flor de Lótus ao Cair da Noite

Ao cair da noite, o que virá!
Oh, flor de lótus, como anseio...
Espírito ardente sobre as águas
Floresce em pico elevado

Tua essência, em êxtase me perco
Oh, cruel formosura, meu fado
Com suavidade, tão comprometedor
Afundando em prazeres, sonhador...

Encantando e dissipando a solidão
Nutrindo, assim, o coração
Tão magnífico é teu ardor

Tu és minha alma serena
Relevante, afável, pura
Exultante no meu AMOR!

Desabrochar da Sensibilidade: Aprendendo com a Natureza

A natureza, em seu esplendor de cores e formas, nos presenteia com seu amor incondicional a cada dia. Em cada pétala que se abre, sentimos o carinho de um beijo matutino. Observamos, mas nem sempre valorizamos o que uma simples roseira deseja nos entregar. A contemplamos e reconhecemos sua beleza.

No entanto, "belo" é uma palavra modesta diante da riqueza que as plantas têm a nos ensinar. Costumeiramente, olhamos para as coisas pelo prisma da praticidade, percebendo a função de uma roseira em nos dar rosas, ou de um lírio em nos presentear com lírios. E assim, com a mesma simplicidade, interpretamos a intencionalidade nas ações alheias para conosco.

Quando nos detemos diante de uma flor, frequentemente a imaginamos adornando nosso jardim externo. Mas por que não a visualizamos embelezando o jardim de nossa alma, e ao sentir o impulso, trazê-la à consciência e apreciá-la como se fosse a primeira vez?

Flor, encanto.
Flor, inspiração.
Flor, felicidade.

Enxergue sua existência como uma flor. Dedique-se a observá-la e a admirá-la constantemente, para que você possa encontrá-la e resgatá-la sempre. Sempre que os caminhos se entrelaçarem, sempre que as trilhas se perderem para você. Não existe dor maior do que a solidão de não possuir dentro de si a sensibilidade para apreciar uma flor.

Flor.
Permita que uma desabroche dentro de você.
Harmonia.

Igualdade e Acessibilidade no Ensino do Sutra de Lótus

O Sutra de Lótus ensina que todos possuem igualmente o potencial para atingir o estado de Buda, e que têm também a capacidade para desfrutar o estado de absoluta felicidade. É digno de nota que a intenção de Sakyamuni de tornar o estado de Buda acessível a todas as pessoas revela-se pela linguagem que ele escolheu para pregar os seus ensinos: a língua de Magadha, o linguajar diário das pessoas comuns.

Os Brâmanes ortodoxos daquela época insistiam em que os ensinos sagrados somente poderiam ser transmitido na linguagem dos vedas, uma língua usada somente pela classe mais alta e culta.

Certa ocasião, dois seguidores de Sakyamuni disseram a ele "Por pregar os honoráveis e excelentes ensinos no vernáculo do povo, o senhor ofendeu a dignidade do budismo. A partir de agora, por favor pregue na nobre e sublime linguagem dos vedas". Esses seguidores eram irmãos e membros cultos da casta dos brâmanes que haviam ficado tão comovidos com a pregação de Sakyamuni que se juntaram a ordem.

Nunca, respondeu o Buda, colocando um fim na discussão de uma vez por todas. E dizem até mesmo que ele estabeleceu punições àqueles que ousavam pregar o budismo na língua dos vedas.

Este episódio demonstra claramente o intenso desejo de Sakyamuni de tornar o budismo acessível a todos, independente da classe social.

Nitiren Daishonin também escreveu muitas de suas cartas a seus seguidores leigos com a escrita cursiva japonesa, conhecida como hiragana, para que eles pudessem lê-las com facilidade. (Em outras palavras, ele utilizava a linguagem comuns das pessoas comuns, em vez da erudita escrita clássica chinesa usada em escritos formais daquela época).

(As Mais Belas Histórias Budistas)

Em Meu Coração, Uma Flor Eterna

Vaguei longos anos pelos caminhos do afeto, até que, num instante mágico, te descobri, a mais encantadora flor que meus olhos já contemplaram, e imediatamente desejei que fosses apenas minha.

Com ternura infinita, reguei e zelei por ti. Tirei-te do solo fértil e te coloquei num vaso precioso, que hoje resguarda-se dentro do meu peito.

Jamais encontrei flor de igual beleza. Flor de rara formosura, sinto orgulho, pois eternamente te amarei.

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