Poemas Sobre Saudade

Hoje, a saudade é meu universo.
Desde sua partida,
ela é a única emoção
que habita em mim.

Sinto falta da sua voz,
do seu sorriso, dos nossos
diálogos e pasme,
até do nosso adeus sinto falta.

Esse vazio que me acompanha
é o que me liga a você
e por isso, não desejo
abandonar essa sensação,
embora me cause dor.

Não posso permitir que você
desapareça por completo, então
me agarro a essa saudade,
ainda que ela só traga
uma profunda melancolia.

Estou com saudades e ainda almejo
o momento de te envolver
em meus braços outra vez, mesmo que
seja apenas por um instante final.

Apenas quem já se entregou ao amor compreende,
Apenas quem se dedica sente o verdadeiro conhecer
Da saudade que pulsa forte e incessante
Em um peito que de esfriar não sabe o que é.

Falta o calor de um abraço apertado,
Um beijo demorado, um olhar que diz tudo,
Duas almas dividindo o mesmo ar,
E o tempo que parece congelar.

Saudade é o sabor agridoce da vida,
É desejar o que não se pode ter,
Aceitar o espaço que nos separa,
E encontrar felicidade ao relembrar quem se ama.

Ela fere, mas no final é redentora,
Causa dor, mas cimenta o que é verdadeiro.
Saudade é não conseguir deixar para trás,
É estar distante, mas próximo em sentimento.

Será este o término?
O último aceno?
A derradeira folha do conto,
O silêncio das notas,
Um derradeiro alento.

Não desejo partir
Com palavras sufocadas,
Afetos inexplorados,
Por temor ao escárnio
De olhares desprovidos.

De um coração pulsante
Para um que se esvanece
Agarra minha mão,
Não houve jornada ou risco,
Que não encarei ao teu lado

Embora presente em carne,
Já ausente em essência.
“É lícito padecer”
Entre abraços que
Preferiria ofertar, não aceitar.

Assumo minha máscara de resistência,
Postura, tranquilidade,
Diante do esperado,
A existência prossegue e em sua sapiência,
Invoca a lembrança.

Um vazio que pesa, uma
tristeza que traz lembranças
de céus cinzentos, de raios dourados,
de horizontes vastos, de chão inconstante.
Uma saudade que
devasta mais do que machuca!

Um amor inabalável
que não presencia sombras e
um abraço. Onde?
E um beijo? Onde?

Uma falta imensa como
o amor que sinto por ti, uma
saudade mais profunda que os
abismos que nos dividem, e fere
tanto que ofusca as visões
mais lúcidas, e isso é amor!

Ainda não me acostumei,
Ando e observo ao redor,
Exausto de buscar
E lamentar pelo que não se viveu.

Inatingível,
Mas sempre constante,
Almejando um enredo,
Que só se desenrola na mente,
A fantasia segue fazendo artimanhas,
Jogando com o que se sente.

Como é possível?
Chorar por um passado fictício?
Recordar do que nunca foi,
Simulando ser real,
Que o afeto era recíproco,
E que mesmo de um devaneio distante,
Também posso sentir
Saudade.

Nunca vou revelar
a qualquer pessoa
o significado
ou a falta dele
o que machuca
ou o que deixa marcas
Jamais
incapaz serei
tenho certeza
que a saudade
essa sim, a saudade
ela é indescritível
ela se vive e vivendo
impossível é silenciar
impossível é não derramar lágrimas
sentir um vazio
e mais vazios
e mais vazios
a cada momento
profundo na alma
profundo no coração
Um dia talvez consiga
falar sobre
mas só para a saudade
quanto ela me machucou
e me deixou
uma marca que
se abre e fecha
se abre e fecha
ao recordar
de como ela me machucou.

É um desejo suave de ficar bem junto
uma falta dolorosa em cada afastamento
e um laço eterno que nos une

e é um abraço que se recusa a terminar
um beijo ou um olhar que não sabe cessar
e uma doçura em cada gesto das suas mãos

e é um amor perene que navega em mim
e uma vontade intensa de adormecer contigo
um anseio sem fim de despertar em tua pele

é assim o amor de quem ama sem cessar
ainda que esse amor não conheça seu alvo
ainda que ele cresça lentamente no coração
.

Na angústia de me convencer,
Que não sou uma ilha no mar da vida,
Deslizo em devaneios,
Criando memórias de um amor,
Que ainda não se desfez em cinzas.

Observava-te à distância,
Escondido por um véu de temores,
Com lábios selados,
E em meus pensamentos tudo rodopiava,
Ao redor de um teatro ilusório.

Imobilizado pelo medo,
Jamais ousei aproximar-me,
E agora, não mais te avisto,
Ignorando por quais caminhos partiu,
O amor que secretamente almejo.

Permaneço imóvel, aguardando em vão,
Vago pelas vias,
Busco incansavelmente,
Na esperança de um dia reencontrar,
A chance de contemplar teu semblante.

É um emaranhado de nostalgia,
Desilusão e mágoa,
Conhecer que para ti sou invisível,
E no íntimo ter a convicção,
Que o que me faz falta é do sonho.

Desvenda-se um manto que envolve
o pranto preso, uma gota de
lembrança.

Prende-se um luar ao firmamento
que no coração levamos a
lamentar.

Muda-se o sentir de um
extremo ao outro na esperança
melancólica.

Abdica-se do contentamento de existir
quando o adeus se faz
presente.

Derrama-se mais pranto que se alimenta
no instante breve de relembrar a pessoa
querida.

Consomem-se prantos em taças
diminutas, aos poucos a falta
se esvai.

Sinto tão vivo
o afeto profundo
que me leva às lágrimas
e me impulsiona a clamar ao céu
o vazio deixado
por alguém especial
que partiu para longe

É a dor da
saudade
É a dor da
autenticidade
É um tormento que
invade
É um corte que
lateja

É sincero e
machuca talvez pela
sua sinceridade, não tenho certeza
talvez pela dor, tenho convicção
que talvez seja pelo
desejo de estar
ao seu lado.

Ela machuca, rasga e deixa
marcas e é cicatriz que
nunca vai sarar
e é inquietação que nunca
conhecerá sossego.

Ela é impiedosa, brotada de
momentos inapagáveis
de recordações expostas tão
plenas de desejo, tão
carregadas de emoção crua.

Ela me faz recordar de quem
eu era e de quem ansiava
ser.

Ela me faz reviver o que
meu coração já sentiu
outrora.

A nostalgia me rememora.
A nostalgia me enfraquece.
A nostalgia é a verdade.
A verdade do coração.