O Vôo da Saudade e do Amor

Como um pássaro que voa
o amor ganha asas
e a alegria novas cores
e o sol uma nova luz
e até a voz é sorriso.

No alto vôo do pássaro
a saudade floresce
nasce, fere, machuca e
olhando o céu
procura ventos derramados.

E o sul é o norte
e o leste é o oeste
e nada mais é o mesmo
desde o momento que
o amor acontece.

São muitas dores... Machucar... Bater... Morrer... Mas saudade - é a maior dor! E, mais doloroso ainda, é a saudade de quem você ama! Da pele. Do cheiro. Do beijo. De presença. De ausência.

Quando o amor acaba, para quem continua amando, resta a saudade! Saudade de não saber. De não saber o que acontece com alguém que você ama...

Saudade de não saber. Não saber o que fazer com os longos dias que sobram!...

É enterrar os pensamentos em coisas vãs... Saudade é chorar ou sorrir numa música... Saudade é o silêncio da ausência.

É não saber... É querer saber... Saudade... é o sempre doer!

A saudade é um pouco como a fome. Só passa quando você come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença não é suficiente: você quer absorver toda a outra pessoa.

Esse desejo de que um seja o outro para uma unificação completa é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.

(Clarice Lispector)

Como ave que alça voo
o amor se alastra em asas
e o regozijo se tinge
com o sol em nova graça
e até a voz se faz riso.

No elevado planar da ave
a nostalgia floresce
surge, corta, fere e
com os olhos nos céus
busca por brisas espalhadas.

E o meridional é setentrional
e o oriente é ocidente
e tudo se desfigura
desde o instante em que
o amor se faz presente.

Alma alada, paixão desatada,
que no peito pulsa e alça voo,
explora novos horizontes
em busca de amor.

O nosso afeto é coração ancorado,
que não almeja as alturas,
mas na ternura se basta,
e na felicidade repousa.

É um refúgio insular,
com horizontes ao redor, mas sem
anseio por desbravar; pleno
na maré de nossos sentimentos.

Alma alada é equilíbrio
sem rival, é paz sem conflito,
solitário e sem necessidade
de novas vistas.

A nostalgia penetrou meu santuário,
No recôndito profundo da alma,
Incendiando emoções, um calvário,
Em tumulto, meus sentidos perdem a calma.

Percebo sem ver meu grande amor,
Ouço sem escutar suas palavras a soar,
Pois a saudade é o grito que imploro
Pela presença ausente que tento abraçar.

A saudade se instalou, desiste de partir,
E não me perturbo com sua eterna estadia.
A saudade é o amor que insiste em persistir,
Diminuindo distâncias, em sonhos se guia.

Pelos momentos em que você está comigo,
Pela clareza que você traz ao meu ser,
Pela felicidade que você semeia em meus dias,
Pelo jeito que você repara meus desacertos,
Pelo sonhar que você torna palpável,
Pelo amor que descubro em seu abraço,
Minha gratidão é infinita.

Você é meu suporte quando estou fragilizado,
Você é minha voz quando me faltam palavras,
Você é meu olhar quando a visão me falha.

Você enxerga em mim o que tenho de melhor,
Eleva-me quando estou incapaz de subir.
Você me infunde fé, pois tem crença em nós.

Sou quem sou porque seu amor me molda.
Você me dá asas para alçar voo,
Toma minha mão e o céu posso tocar.
Quando a fé vacila, você a restaura.

Você afirma que nenhuma estrela está distante,
Ao seu lado, sinto-me ampliado,
Tenho seu amor e isso me basta.
Sou abençoado, pois sou amado por você.

Você é minha musa inspiradora,
Na trama das falácias, você é a verdade.
Meu universo é mais belo por sua causa.
Por tudo isso, meu amor, eu te amo!