Vivendo Além do Medo da Morte

A alma com medo da morte nunca aprende a viver.

Sou afeiçoado aos epitáfios; representam, para nós que vivemos em sociedade, um sinal daquela devoção e egoísmo oculto que motiva o ser humano a subtrair da morte um fragmento sequer da sombra que se foi.

O medo que mais assola a humanidade desde sua criação é o confronto com a morte, mas porque sofrermos antecipadamente frente ao inevitável, e equivocadamente frente às portas do paraíso?

O fim não é eterno, a morte não sela destinos.
Despedir-se foi somente uma forma de expressar
que a saudade será minha companheira até o dia
em que nossos caminhos se cruzem mais uma vez.

Para aplicar a pena de morte, a sociedade deveria ostentar a autoridade moral de não ter contribuído em nada para fabricar esse criminoso.

Há duas formas de vivermos o processo da morte, ou o processo do sofrimento: ou nós nos entregamos a ele, ou nós experimentamos a ressurreição, que pode ser exalada aos poucos.