Verão Eterno em Versos de Shakespeare

Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.

(William Shakespeare)

Se nossa vida fosse um ciclo de estações, a juventude seria o nosso verão, a época mais vibrante!

A adolescência, nossa primavera, é quando desabrochamos para o novo, com uma sede insaciável de explorar. Tudo parece mais vivo, mais colorido. Há uma beleza única na doçura e na confiança de quem se acha sábio apenas por ser curioso e ansioso por desbravar o mundo, por ansiar por aventuras além do nosso pequeno universo. Mas, na verdade, ainda estamos nos divertindo em nosso esconderijo na árvore!

No verão da juventude, tudo muda! Essa estação é ardente, cheia de promessas! Não somos mais tão inocentes, já enfrentamos alguns tropeços, mas seguimos audaciosos, e o encanto reside na nossa ousadia ao lidar com os desafios da vida. O verão nos dá licença para sermos um pouco irresponsáveis, despreocupados, alegres... Durante essa estação, sempre há um espaço ao sol para cada um de nós. Ah, se a vida fosse um verão sem fim!

Então chega o outono, e deixamos a juventude para trás. Amadurecemos, as cores se tornam mais sóbrias, e começamos a nos preparar para o frio que se aproxima. E no inverno, o que mais queremos é nos sentir seguros e aquecidos, longe dos resfriados. Que falta fazem os verões da vida!

O período mais quente do ano chegou, enchendo nossos dias de calor e elevando o ânimo de todos com suas celebrações vibrantes e energia contagiante. Vamos juntos recepcionar a estação do sol!

Não existe época como o verão para nos fazer exibir um sorriso de orelha a orelha e despertar o desejo de expressar toda a felicidade que essa temporada única proporciona.

Celebremos o verão e sua alegria sem fim!

Ao eco das ondas e sob o brilho do sol, saúdo a chegada da estação mais quente. Celebre o verão!

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

(William Shakespeare)

Envergonha-te de negar que não ames,
Tu que és tão imprudente;
Aceita, se quiseres, ser amada por tantos,
Mas é certo que não ames ninguém;
Pois tens um ódio tão mortal,
Que apenas contra ti mesma não conspiras,
Buscando arruinar este nobre teto,
Que tanto desejas consertar:
Ah, muda teu pensamento que mudarei o meu!
Deve o ódio ter mais reservas do que o amor?
Sê como tua presença, gentil e graciosa;
Ou a ti, ao menos, te proves amável,
Sê outra pelo amor que tens por mim,
Para que a beleza continue a viver em ti.

(William Shakespeare - Soneto 10)