Última Chance: Uma Carta de Amor e Dor

Às vezes me pergunto o porquê de te amar tanto. A dor que seu comportamento me causa me mantém atada a você. Parece que estou aprisionada na tristeza. Mas, na balança do coração, meu amor por você supera o sofrimento por ter um marido tão indomável e, muitas vezes, tão cruel. Esta é a última oportunidade para você, amor. A última chance para o nosso casamento.

Você é um charmoso incorrigível. Talvez seja por isso que me sinto constantemente enfeitiçada por você. O problema é que você tem espalhado seu charme fora do nosso lar. Você é tão galanteador. Quero muito crer que a mudança será a palavra-chave na sua vida de agora em diante. Preciso que você me mostre que não estou sendo uma tola, entende? Dói demais amar alguém, compartilhar a cama e as refeições com quem nos engana. Dói porque quando acreditamos em um relacionamento, em um casamento, a insegurança e a dúvida são venenos para a felicidade.

Ninguém te ama como eu te amo.
Não jogue tudo fora, por favor.

Sinto que carrego uma dor interna que não encontra cura. Minha falha está arruinando o que temos de mais precioso em nosso matrimônio. Sou casada com o homem que sempre sonhei, sinto um orgulho imenso da família que construímos. Honestamente, não compreendo a razão de tanto ciúme. Todos falhamos, mas reconheço que minhas suspeitas vão além do razoável. Imploro por seu perdão. E por sua assistência para me libertar dessa situação.

Talvez seja por ter ao meu lado o companheiro dos meus sonhos de infância, talvez seja por um temor absurdo de perder o seu afeto, ou talvez seja por me sentir tão realizada e duvidar se mereço. São tantas hipóteses que me perco nelas. Independentemente do motivo, estou ciente de que minha insegurança e ciúme estão se tornando insustentáveis. Reconheço que meus ciúmes são intensos e variados. Mas também estou consciente de que preciso mudar, caso contrário, posso acabar perdendo tudo o que amo. Mais uma vez – e espero que seja a última – peço desculpas.

Nos desencontramos sem prévio aviso. Evaporamos sem um adeus, assassinamos nosso amor sem conceder-lhe uma última vontade, e ainda sufocamos seu derradeiro alento.

Quantas maravilhas poderíamos ter construído. Poderíamos ter vivenciado os sonhos que idealizamos.
Poderíamos ter optado por um trajeto menos árduo e carregado fardos mais suaves.

Mas escolhemos entrelaçar complicações nas trivialidades do dia a dia e transformar tudo que era simples em complexo. Escolhemos o isolamento silencioso, escolhemos nos encapsular em nossas convicções ao invés de buscar o diálogo.

Agora, estamos distantes, cada qual em sua rota, com um amor que se extinguiu sem justificativa e que jaz entre nós, não mais como uma via de conexão, mas como um obstáculo que nos divide.

Do que experimentamos, restou um amor perdido, malbaratado, estraçalhado. E agora é tarde, agora é distante, agora é melancolia.

Queria abrir nosso lar e
arrastar uma cadeira pra você descansar
te fazer o pedido de casamento
num entardecer despretensioso

Queria te surpreender com flores e jantares
vinhos quando você menos esperar
andar de mãos dadas à beira-mar

Queria sussurrar canções ao seu ouvido
ceder a última garfada do meu prato
assistir àquele filme que não me agrada

Queria sempre lembrar de
selar sua face com um beijo antes do sono
e acariciar até o raiar do dia

Queria oferecer meu agasalho
para proteger você do frio
e preparar seu café matinal

Queria ser mais romântico
mas meu coração só conhece
o amor que sinto por você; não há espaço
para mais romantismo em mim
.

Olhando pela janela, percebo as calçadas nuas.
Teu vulto por aqui já não mais flutua.
O brilho do meu monitor perdeu seu tom, sua cor.
Sinto que meus recados virtuais você ignorou.

Por mais que você insista, recuso-me a aceitar o fim.
Vivo em devaneios, em silêncio, assim,
fitando aquela nossa última foto, memória que não se esvai.

Talvez nosso romance tenha virado lembrança.
Ainda almejo um reencontro, uma esperança.
Não posso deixar meu sentimento em desespero.
Mesmo que tarde, preciso expressar o que é sincero!

Acredito que batalhar pelo que se deseja é essencial,
por isso, jamais vou renunciar a esse amor sem igual.
Desejo, do fundo do coração, não te perder jamais!
Amo-te profundamente e contigo quero a paz eterna.

Todo pai que se dedica de coração é igualmente um protetor, uma alma admirável que batalha até a última gota de suor para assegurar a alegria de seu rebento. Ser pai é ofertar amor, atenção, afeto e instrução.

Quando um pai observa seu filho, ele percebe a vida, descobre o motivo de sua existência e sente uma felicidade imensa. Cada pai, cada um que é pai de fato, derrama lágrimas diante dos obstáculos, mas jamais desanima e supera toda tristeza. Ser pai é existir para orientar seu filho e juntos embarcar numa jornada maravilhosa e tocante.