O Tesouro Que Carrego no Peito

Não faz diferença o lugar onde me encontro, trago sempre um fragmento de cada um desses seres no meu peito. A minha família é o meu mundo inteiro!

Após longos meses presenciando um amor que se esvaía, hoje é o dia do adeus final. Ele se foi, terminou. Sofrimento já tive de sobra, isso é fato, mas o mais difícil ainda está por vir. Agora enfrento o luto e o vazio. Não é nada fácil testemunhar a morte de um amor. Contudo, posso afirmar com convicção que batalhei, batalhei até o derradeiro instante para mantê-lo vivo, empreguei cada esforço possível, cumpri tudo que estava ao meu alcance.

Não carrego o peso da culpa por ter sido fraca. Mas chega um momento na vida em que é necessário aceitar, por mais que doa, que tudo tem seu término.

Há tempos sentia como se carregasse um defunto nas costas, o defunto de uma relação. Já começava a ser um fardo pesado e a exalar um odor insuportável. Era o momento de sepultá-lo de uma vez, jogar a terra por cima e virar as costas para continuar a jornada da vida.

Outros amores surgirão, irão embora, mas almejo que o amor verdadeiro chegue e que seja duradouro, se for para me trazer alegria. Mas agora, sepulto um amor que se extinguiu, um amor que chegou ao fim. Deixo flores sobre a sepultura, mas carrego comigo as dores dos espinhos. Espero, em breve, poder me desvencilhar deles.

Minha família, meu presente divino, meus guardiões terrenos, são vocês o tesouro mais valioso que carrego comigo. Diariamente, expresso minha gratidão ao céu pela fortuna de ter uma família tão excepcional.

Quem possui uma família como a minha possui tudo, e transbordo de alegria por contar com a presença de vocês em cada instante da minha vida.

Rogo a Deus que nos abençoe e nos proporcione muitos anos repletos de alegrias infindáveis!

Desejo ardentemente que a vida lhe conceda a chance de edificar uma família e acolher um pequenino ou pequenina que venha a iluminar seu existir. Talvez, só assim, você possa compreender a imensidão do amor que carrego no peito, um sentimento que as palavras mal conseguem expressar.

Você é o tesouro que tanto almejei, a neta amada que sempre quis. Que a alegria seja sua companheira constante e que sua trajetória seja repleta de bênçãos!

É normal sentir sua falta agora, se eu te vi à noite e ainda não amanheceu? É normal essa maldita saudade que sinto, quando não te vejo de manhã ou no final do dia? Essa saudade que acaba com minha alegria é normal?

Ah, se eu pudesse teria você aqui grudada em mim o tempo todo, te carregaria em meus braços onde quer que eu fosse. Mas como não posso, carrego você comigo dentro do peito. Mas com você longe de mim, dentro do meu peito a saudade aperta.

Como dói estar longe de você, não vejo a hora de poder amanhecer com você, ver o dia nascer, e ver o dia morrer. Eu quero estar com você até o fim da minha vida, até envelhecermos!

Eu te amo, minha linda!

No peito, um universo se desdobra;
matizes deslizando em cascata
isoladas na marcha do tempo
esquecidas na vastidão
dos deleites mais puros.

No peito, um brilho renovado;
sons entrelaçados de afeto, criados
por dedos delicados, forjados
em uma beleza ímpar.

No peito, um canto solitário;
melodias de ninar desmanchadas, desfeitas
por ecos semelhantes, desfeitas
por um amor etéreo.

No peito, um alento novo;
a cada momento, flores
brotam para se abrir
desabrocham para fascinar
e brindam alegria sem motivo.

No coração do universo
um mundo repleto de infâncias hoje!