Soneto à Dama Encantadora

Dama encantadora, quão afortunado seria,
Por simplesmente partilhar tua companhia,
Observar teu olhar pacífico, tua essência floral.

Vendo-te aí, serena em teu repouso,
Num sossego que parece tão grandioso,
Desconhecem teu valor, o que representas afinal,
E o peso que carregas em meu sentimental.

Por breves instantes, dá ouvidos a esta rima,
Que com fervor e esperança, a alma estima,
Expressando um desejo ardente, quase irracional.

Confesso-me frágil, sem a audácia necessária
Para segurar tua mão, revelar esta história,
Sobre os sentimentos que guardo cá dentro,
E as ideias que habitam o pensador,
Que por ti, vive um amor intenso.

No íntimo silêncio de um ser
repousa a essência pura de
uma alma feminina; de qualquer
dama; de todas as esplêndidas
criaturas que, sem o manto da
beleza, ainda são mulheres e
por essa razão sozinhas guardam
a suprema verdade do universo.

Essa verdade é o amor que faz
tremer a terra e espalha feixes e
melodias; melodias e feixes de
todo tipo; de qualquer dama
que exista.

O sofrimento do globo não é
culpa de uma alma qualquer, mas
de um ser nomeado mulher
tal como outro qualquer, igual a
qualquer dama.

A verdade mais profunda que há
é aquela que, cantada, se perde
no vento, mas, quando gravada
em palavras, permanece no
testamento de inúmeras
mulheres que, através dos tempos,
fizeram-nos mais capazes, mais
plenamente felizes.

Nobre dama, soberana, alma gentil ou criança,
tua essência eternamente à minha pertencerá, e do peito
que pulsa por ti e para ti sempre pulsará.
Nobre dama, soberana.
Alma gentil, criança.

Uma paixão tal como a minha por
ti ou a tua por mim é única,
e se outros a possuem, jamais
com tal pureza brilhará.
Uma paixão tal.
Uma paixão, afirmo.

Lágrimas tuas jamais serão derramadas por mim.
É um voto de existência, de entrega
e nunca em vão.

Sorrisos teus sempre refletirão os meus.
Não é uma promessa, é uma
declaração à sensatez.

A dama, criatura encantadora, repleta
de matizes e paixões esquecidas,
onde os varões se perdem, e fragrâncias
eternas inebriam os sonhadores,
ardendo em fervor por suas inspiradoras.

Desde o alvorecer até o anoitecer,
seu esplendor é inigualável,
e no repouso, a pele se renova,
enquanto descansa o vulto sinuoso,
de contornos finos e esculpidos.

Mulher, mulher, mulher,
és o universo para mim,
e por ti, desejo ser tudo
o que anseias!

Mulher, mulher, mulher,
és de uma beleza sem par,
e superas qualquer outra
obra da natureza!

Ciclo Lunar e Paixão
Lua Nova, plenitude do coração.
Sete fases a contemplar!
Amores meus a suspirar...
Lua Cheia, na praia, desenha amores,
Lua Nova, recatada, esconde-se nos cantos.
Crescente, faz a moça em dama se tornar,
Minguante, erradia, sem destino a vagar!
Semilua, meianoite.
Noite encantadora!
Lua Nova, noite formosa!

Sempre a protagonista, sempre ela
a observar o mundo com olhar de aquarela,
tingindo a realidade de lilás e carmim,
com pinceladas de paixão e um toque de jasmim.

É sempre a mulher que se impõe, que resiste,
ergue-se destemida, mesmo quando existe
quem não se encante por sua luz, sua união,
ela permanece, ícone de inspiração.

Sempre ela, a essência feminina, tão
radiante, com a chama que vem de outrora,
de todos os cantos, de leste a oeste, ela,
a mulher, inteira, em sua beleza celeste.

Sempre ela, a dama de simplicidade,
enfrentando gigantes com sua verdade,
lutando contra o impossível, se descobre
na delicadeza de uma flor que desabrocha.