Silêncio e Cicatrizes: A Busca por Alento

Lágrimas em Silêncio
Quantas vezes procurei voz
Com o vazio por companhia
Ansiando por um alento, um nós.

Amizades tenho aos montes
Para festas, sempre um convite
Mas na hora de abrir o coração
São sombras que a luz não admite.

Desapontamentos marcaram
Mas a força sempre retorna
Foi na adversidade que notei
Quem de fato não me abandona.

A dor era imensurável
E a cura, um desafio constante
Mas cicatrizes no peito
São marcas de um amor vacilante.

Para que a chama do amor se mantenha acesa, é imprescindível o empenho recíproco. Se um dos parceiros se descuida, para de apreciar o outro, e esquece que um vínculo amoroso exige uma renovação constante, o encanto se esvai e a afinidade se esfumaça, até que tudo se transforma em puro hábito.

O término é certo quando a dedicação não é partilhada. Tudo inicia vacilante e invariavelmente termina por se despedaçar. E a dor emerge através de cicatrizes e ressentimentos que permanecem inalterados. É desolador quando o amor cede lugar a um sentimento de profunda e lancinante desilusão.

Quantas vezes te busquei em vão! Clamei por ti e o silêncio foi minha resposta, procurei teu calor e só encontrei o frio. Chegou ao fim minha paciência! Tua falta está me consumindo e isso não posso mais aceitar.

Tenho carinho por ti – isso é inegável, mas não posso mais deixar meu coração padecer assim. O amor verdadeiro se comprova com atitudes. E tu apenas falas, sem agir! Acorda de uma vez, pois estou prestes a tomar uma decisão.

Você não conseguiu decifrar os sentimentos do meu coração, nem compreender o que ele guardava ou desejava. Seu egocentrismo era um véu que só lhe permitia enxergar o seu próprio reflexo e suas demandas pessoais. Eu te amei com uma intensidade única, como jamais havia experimentado. Contudo, padeci em silêncio, de um modo que jamais pensei ser possível.

Após uma batalha solitária e desgastante por esse amor, declaro minha rendição. Parto com o coração dilacerado, mas atravesso a soleira sem hesitar ou olhar para trás. Ainda preservo meu orgulho e um resquício de amor-próprio. Chegou o meu limite, não há mais volta!

Exausta de palavras e sem energia para continuar essa luta desigual, pois você se acha imune à perda, seguro de que eu sempre estaria aqui. Que equívoco! Chegou o dia em que digo basta, para mim é o ponto final, nosso amor se esvaiu!

O lar deveria ser nosso refúgio seguro, um poço de amor incondicional. Contudo, para que isso se concretize, é essencial que cada um de nós batalhe pela coesão familiar, dia após dia.

É profundamente doloroso constatar nossa falha nesse quesito. O individualismo se infiltrou nas almas de alguns, e o laço sanguíneo perde seu valor se não houver dedicação ao bem-estar mútuo. Parece que a prioridade dada à família não passa de um conceito teórico entre nós, e quão maravilhoso seria se a realidade fosse outra.

Agora sei deixar para lá, tal como você fazia quando eu mais ansiava por companhia. Passei a valorizar quem de fato me estima, em vez de esperar por alguém que me relegava a segundo plano.

Alguns machucados demoram a sarar, mas uma vez curados, é como se um fardo fosse removido dos ombros. Meu foco atual é na busca pela felicidade e na curiosidade pelo que o futuro me reserva.