A Semelhança Velada pelo Preconceito

O preconceito nos cega para o fato de que o que nos parece estranho pode ser surpreendentemente parecido conosco.

Meu cabelo é incrível do jeito que é, e se não é do seu agrado, melhor manter distância. Não vou alisar, trançar ou prender. Se você critica meu cabelo, chamando-o de pixaim, o problema é seu, não meu. Deixa de lado essa história de chapinha e alisamento, liberte seus cachos e revele sua força.

Minha pele é negra, linda como a noite eterna. Quem foi que disse que "a coisa tá preta" é sinal de problema? Já ouviu falar em cegueira causada pelo excesso de luz, quando nem a sorte permite que você veja?

Não transforme seu preconceito em piada, isso não tem a menor graça. E se alguém rir, saiba que não há motivo para se vangloriar. Nenhum riso solto pode encobrir o racismo e a ignorância do seu discurso vazio.

Sim, sinto orgulho de ser negro, de ser brasileiro, de pertencer a uma cultura que é um mosaico de cores. Mas não sinto orgulho do preconceito que ainda existe, da falta de empatia entre irmãos de uma mesma nação.

Vergonha é o que sinto diante de tanta ignorância, de quem pensa que a cor da pele define o valor de uma pessoa. Abra sua mente, pois seu preconceito já transformou sua inteligência em fumaça, deixando um vazio onde deveria haver consciência. E lembre-se, preconceito não é piada, não é engraçado. Não tem graça nenhuma!

Cor, Crença e Classe: O Preconceito Não Escolhe Fontes O preconceito racial pode emergir de diversos ângulos, desconsiderando etnia, crenças espirituais ou posição social.

Já notou a sua semelhança com alguém? É com a pessoa que logo estará em um relacionamento comigo.

Um dos grandes equívocos humanos reside na ilusão de que alguns são superiores a outros. Pensar que, por ter nascido em um certo local ou por não ter tido a chance de estudar, alguém possa ser mais ou menos digno é um erro crasso. É triste perceber que, muitas vezes, um simples olhar pode revelar o preconceito de acreditar que o outro não tem motivos para sentir orgulho.

Admitir nossos erros, reconhecer nossas fraquezas, medos e limites deveria ser algo natural, profundamente enraizado em nós. A humildade e o respeito pelo que é diferente, considerados por muitos como virtudes, deveriam surgir espontaneamente, como um reflexo, manifestando-se antes mesmo de pensarmos.

É um grande equívoco supor que ser humilde significa se diminuir ou viver submisso a quem se acha superior. Nos tornamos iguais ao reconhecer que nossa verdadeira semelhança está na nossa diversidade. A humildade, de fato, poderia ser vista como qualquer gesto de carinho com o próximo, não importando se é alto, baixo, cachorro ou gato.

Num ideal de mundo, preconceitos por cor de pele ou qualquer tipo de discriminação não existiriam. Num mundo assim, olharíamos nos olhos alheios sem notar as diversas tonalidades que nos compõem. Contudo, nosso mundo tem suas falhas, refletindo as imperfeições de quem nele habita.

A perfeição desse mundo, porém, depende de cada um de nós. E a cada vez que alguém vence o preconceito, supera a ignorância do racismo, nosso mundo se enriquece. Por isso, é hora de agir! Ignorar, silenciar ou fingir não são alternativas válidas!

O que está errado precisa ser transformado, e quem tem consciência desse erro deve combater e tentar despertar os que estão à sua volta. Sejamos brancos, negros, amarelos, vermelhos, azuis... No fundo, somos todos semelhantes, frutos do mesmo Criador, moldados pela mesma natureza!

Lutemos para que chegue o dia em que nos veremos apenas como seres humanos, sem barreiras de cor ou preconceito. Que hoje seja um passo a mais nessa jornada!