Reflexões sobre o Amor Não Correspondido

Cada vez mais me convenço da necessidade de me afastar de quem não valoriza o amor que ofereço. É doloroso alimentar esperanças no peito e depois constatar que elas não se concretizarão como anseio.

Quando nos empenhamos em expressar nossos sentimentos e ainda assim enfrentamos a rejeição, precisamos encarar a realidade e seguir adiante com a cabeça erguida. Seguirei adiante com firmeza, pois tenho fé que encontrarei um espaço onde meu amor será acolhido.

Ainda que a razão diga não,
o peito segue pulsando forte por quem não valoriza.
É a teimosia do sentir,
que não se cansa de amar sem ser correspondido.

O amor se assemelha a um lance de sorte, uma fórmula repleta de desafios. É essencial amar e ser amado em retorno, buscar sintonia, ter tempo disponível, desejar e empenhar-se para que tudo funcione. O amor não segue roteiros cinematográficos; não é suficiente estar enamorado para garantir um desfecho feliz.

A verdadeira magia do amor está em sua complexidade, tão intricada que poucos decifram seu segredo. Para topar com um amor autêntico, a sorte deve estar ao lado da perseverança, pois amar exige a vontade de se entregar, a disposição para manter a chama acesa, a sabedoria para conservá-lo e a dedicação constante.

Contudo, é inegável que amar traz consigo uma fortuna, e solucionar essa equação enigmática traz uma satisfação imensa, tornando o amor um sentimento excepcional. O amor é um tesouro raro e valioso, que merece ser apreciado com todo cuidado. Só assim se compreende o verdadeiro valor de amar e ser correspondido, sob a luz da sorte.

Hoje, dirijo-me ao amor como se fosse alguém, como se tivesse se manifestado em sua totalidade. Falo com pesar, mas com firmeza, pois o que preciso expressar são palavras de despedida.

Por muito tempo, nutri essa esperança no meu peito. Ter você em meus braços e me perder nos seus parecia um sonho concretizado, uma realidade que só eu vivenciava. Levou um tempo, mas finalmente percebi que o amor que eu sentia não era recíproco e tive de aceitar isso, apesar da dor que me causava.

Portanto, adeus, sonhos que ficaram pelo caminho. Adeus para sempre, carinhos e afagos que nunca foram trocados. Quisera eu ter abandonado este amor improdutivo mais cedo. Mas, infelizmente, o coração sempre nos guia primeiro, e só depois vem a razão. Agora entendo que o mais doloroso não é o adeus, mas o que nós dois poderíamos ter sido.

Sentir amor em silêncio é como uma ferida aberta. É nutrir um sentimento fadado ao insucesso, muitas vezes invisível aos olhos alheios, escondido no mais profundo do nosso ser. É degustar um amor tóxico que, sorrateiramente, nos consome com sua amarga desilusão.

Somente quem ama em vão entende essa dor. Construir castelos de esperanças na mente e interpretar cada gesto como um sinal. E, no fim, restar apenas o vazio de uma história que nem sequer teve início. O fim de algo que, na verdade, nunca chegou a ser.

Meu peito transborda em lágrimas, ecoando lamentos por ter entregue meu amor a quem não soube retribuir. Não se trata de remorso, nem de ira ou ressentimento, mas de uma dor; uma dor sombria e sem qualquer facho de luz.

O amor, em sua essência, deveria ser repleto de paz, felicidade e vibrações positivas. Contudo, a realidade é outra. Há momentos de pranto e de sorrisos. E agora, aqui estou, chorando, mas com a esperança de que, em algum dia vindouro, voltarei a sorrir.