O Peso do Adeus: Reflexões Sobre a Dor da Perda

Ninguém está verdadeiramente pronto para encarar a perda. Ela deixa uma queimação no peito e um aperto no coração. Fere partes de nós que nem sabíamos que existiam! A perda é, sem dúvida, a dor mais profunda da alma humana. O amor, por sua vez, segue a mesma trilha incerta. Ninguém está imune.

Vivemos à deriva no oceano da vida, pois num instante tudo é harmonia, e no seguinte, tudo pode se desfazer. E essa dor, a da perda de um amor, ela nos remodela, altera nossas vidas por completo. Mas é verdade que, em todas as esferas da vida, o tempo é um aliado e novas perspectivas sempre acabam por emergir em nossa mente.

Preciso desabafar em lágrimas,
é a única forma de aliviar
esse peso que carrego no peito.
Porém, meus olhos estão secos...
Nenhuma gota para derramar.
Como purificarei meu espírito agora?
Aqui dentro, a angústia é imensa.
Não busque a verdade no meu olhar,
Ele só reflete um puro desalento.
Parece que ninguém pode me salvar,
Ninguém ainda se mostrou presente
Para declarar um sincero afeto,
Para assegurar que vai melhorar,
E que a vida ainda reserva esperança.

O sofrimento do peito não cessa,
e a luta para conter as lágrimas,
ou a busca incessante pelo sorriso perdido,
de uma época em que amar era livre
e não amar era uma escolha.
Hei de sarar esta angústia que
pesa na essência e se espalha
pelo coração; essa dor sem fim
que fere por dentro e faz brotar
dos meus olhos um oceano inteiro
de prantos amargos e salgados.

Hei de aliviar essa dor que invade
meus pensamentos, que consome
minha alma até o último suspiro.
Pode ser a dor de um amor puro
ou talvez não, ainda estou em busca
da resposta.

Acreditei que superar um antigo amor seria simples. Pensei que bastaria virar a página, como se fosse o fim de um capítulo, e a trama da vida seguisse adiante. Contudo, a realidade é mais intrincada do que nossas expectativas, e aquilo que julgávamos superado ainda perturba nosso presente com suas lembranças.

Meus dedos ainda vacilam quando tento digitar seu nome. Minha essência se imobiliza ao vislumbrar seu semblante em minha mente. É uma dor que comprime meu peito, a consciência de que seus abraços já não são um refúgio para mim e a realidade de que essa perda só intensificou o amor que sinto.

Indago por onde você poderá estar, mesmo que seja eu quem se sinta à deriva. Interrogo-me se já encontrou a força para trilhar novos caminhos, enquanto eu me esforço diariamente para fazer o mesmo. E em meio a dúvidas e incertezas, percebo que, apesar do tempo decorrido, é como se você ainda estivesse aqui comigo.

Há momentos em que acredito que este peito não aguentará o peso da melancolia que me invade.

Hoje, um peso imenso abate meu coração, e me vejo sem ninguém para compartilhar essa dor. O mais árduo é sentir-se abandonado na própria tristeza.

É compreensível que a tristeza nos visite de tempos em tempos, mas a falta de um confidente é o que mais me machuca.

Parece que estou invisível aos olhos do mundo, desejando apenas um pouco de compreensão, alguém para trocar palavras, para ouvir e ser ouvido.

Peço que compreendam meu desabafo, pois hoje a tristeza bateu à minha porta e estou sem forças para fechá-la.