Pagamento Prévio aos que Bebem para Esquecer

Para aqueles que usam o álcool como um escape da memória,
é necessário realizar o pagamento antes de iniciar.
Assim, evitamos esquecimentos futuros, inclusive na hora de acertar as contas.

Um Lobo, ao se ver em apuros com um osso preso na garganta, propôs um trato a uma Garça, para que ela introduzisse sua cabeça em sua boca e removesse o incômodo. Em retribuição, prometeu uma vultosa quantia em dinheiro.

Após a Garça ter feito o serviço e cobrado o combinado, o Lobo, com um grunhido ameaçador, retrucou:

Veja só! Você já recebeu sua gratificação. O simples fato de eu ter permitido que retirasse sua cabeça intacta de minha goela já é um belo de um pagamento.

Moral da História: Ao prestar serviço a quem tem má reputação, não conte com gratificações, e ainda sinta orgulho se essa pessoa se afastar sem lhe causar dano.

Lutei com todas as forças, acredite, lutei para te apagar
Para deixar para trás nossa saga, nossos
Instantes, mas foi em vão.
Você se enraizou em meu pensar
Se mesclou ao meu ser
Se enroscou em meu espírito
Se fez presente, lenta e profundamente
Em meu existir. Como te esquecer?
Seria como negar minha própria
Existência. Como expulsar você do meu
Raciocínio, se você é a essência do meu
Pensar? Lutei para te apagar,
Juro que lutei! Tentei eliminar de
Minha pele, as impressões dos seus
Toques. Busquei apagar da
Minha alma as últimas fantasias de ter
Você. Desafiei a remover da minha
Mente seus escritos, suas falas.
Me arrisquei a me desvencilhar do encanto que
Me atormentava. Tudo foi em vão!
Em meus ouvidos, sua voz, seu
Riso, seu suspiro. Em minha boca,
Ainda o gosto do seu. Em meus olhos,
Os seus, sua figura. Em meu íntimo,
Você, completamente em mim.
Como te esquecer? Como te excluir
De mim? Como arrancar as
Recordações? Peço sua ajuda!
Me ajude a te esquecer! Mas não
É possível esquecer e sabe por que?
Porque não quero limpar você da
Minha lembrança! Porque não desejo
Distanciar ou perder as memórias!
Porque se não posso, nem devo,
Nutrir a esperança de ter você.
Prefiro ao menos sofrer, sentir a dor, e
A cada momento mais recordar de nossa
Trama, de nossos instantes, de você!

Anseio por apagar o brilho do seu olhar,
para que a falta não me faça sofrer.
Anseio por esquecer a melodia da sua voz, seu modo
de expressar, esse sorriso único que é seu.
Queria tanto, mas é inalcançável.
Porque o amor que nutro é tão intenso,
que se torna indelével.
Mas de uma coisa tenho certeza, meu amor é imenso,
pois sem sua presença me perco.
Mesmo com o desejo de esquecer,
meu amor por você só cresce, hoje mais
do que ontem e amanhã mais do que sempre!

Como esquecer
o que fizeste comigo?
Como ignorar a dor
em meu coração ferido?
Ele sangra e dói quando
me lembro da tua traição!
A cada batida em meu peito
ressoa solidão, solidão, solidão.
Tento esquecer e recomeçar,
talvez em teus braços
mesmo aprender a perdoar.
Olho para ti e meu corpo
arde de paixão, mas na minha
memória o desejo se mistura
com a tua traição.
Perdoar.
Será que algum dia conseguirei?
Esquecer.
Será que em algum momento
isso eu viverei?
Não sei...

Nos desencontramos sem prévio aviso. Evaporamos sem um adeus, assassinamos nosso amor sem conceder-lhe uma última vontade, e ainda sufocamos seu derradeiro alento.

Quantas maravilhas poderíamos ter construído. Poderíamos ter vivenciado os sonhos que idealizamos.
Poderíamos ter optado por um trajeto menos árduo e carregado fardos mais suaves.

Mas escolhemos entrelaçar complicações nas trivialidades do dia a dia e transformar tudo que era simples em complexo. Escolhemos o isolamento silencioso, escolhemos nos encapsular em nossas convicções ao invés de buscar o diálogo.

Agora, estamos distantes, cada qual em sua rota, com um amor que se extinguiu sem justificativa e que jaz entre nós, não mais como uma via de conexão, mas como um obstáculo que nos divide.

Do que experimentamos, restou um amor perdido, malbaratado, estraçalhado. E agora é tarde, agora é distante, agora é melancolia.