Melancolia: O Peso Invisível da Existência

Não importa se é pranto, se é
angústia ou desencanto, não vale
se é chama, frio ou raio de sol ou paixão
o que pesa é a melancolia
que rouba da existência todo brilho.

Surge o impulso de abandonar, soltar
escapar, voar para outro rumo
mergulhar no oceano, de berrar, silenciar,
de se lançar em um temor crú
que machuca a alma sem curar.

E machuca tanto que sem machucar
machucaria da mesma forma e
derramaria lágrimas mesmo sem chorar.

E explode o peito, coração
despedaçado sem correntes preso
a um pesar sem forma.

Há momentos em que acredito que este peito não aguentará o peso da melancolia que me invade.

É uma emoção indescritível, um
eco mudo, um perfume cheio
de calor que não se sente.
Somente o amor detém a chave
para se entregar sem revelar
seus mistérios ao coração.

É um clamor que ecoa na alma,
a dor de um amor não retribuído,
o peso de sentimentos não partilhados.
Apenas a resiliência pode superar
a mágoa de um afeto unilateral,
dedicado a quem é nosso tudo.

A quem é nosso tudo entregamos
sem esperar nada em retorno!

Sentir amor em silêncio é como uma ferida aberta. É nutrir um sentimento fadado ao insucesso, muitas vezes invisível aos olhos alheios, escondido no mais profundo do nosso ser. É degustar um amor tóxico que, sorrateiramente, nos consome com sua amarga desilusão.

Somente quem ama em vão entende essa dor. Construir castelos de esperanças na mente e interpretar cada gesto como um sinal. E, no fim, restar apenas o vazio de uma história que nem sequer teve início. O fim de algo que, na verdade, nunca chegou a ser.

Hoje, um peso imenso abate meu coração, e me vejo sem ninguém para compartilhar essa dor. O mais árduo é sentir-se abandonado na própria tristeza.

É compreensível que a tristeza nos visite de tempos em tempos, mas a falta de um confidente é o que mais me machuca.

Parece que estou invisível aos olhos do mundo, desejando apenas um pouco de compreensão, alguém para trocar palavras, para ouvir e ser ouvido.

Peço que compreendam meu desabafo, pois hoje a tristeza bateu à minha porta e estou sem forças para fechá-la.

Hoje, neste alvorecer de maio,
Trago em mãos um cesto de pétalas
Aos guerreiros de cada jornada,
Que carregam o peso da lida.

Àqueles com salários escassos,
Com o estresse a lhes pesar a mente!
Ofereço flores ao trabalhador,
Que labuta com esforço e sofrimento.

Para que não percam o seu lugar,
Fonte de sua merecida paz!
Veem-se ameaças a seu progresso,
Propostas iníquas no parlamento.

Querem usurpar direitos conquistados,
Direitos esses quase ideais!
Visam retirar o abono anual,
Com artimanhas nada leais!

Planejam cortar o amparo na adversidade,
Gerando angústia e desvinculação!
Minha homenagem ao trabalhador
Neste dia de grande comoção!

Que esta singela flor – a sorte,
Traga alento e novo horizonte,
Que não permita a política usurpar o que é seu,
E que a justiça prevaleça, não apenas no adeus!

Hoje é o dia primeiro de maio
Trago em mãos um cesto de pétalas
Aos guerreiros de cada jornada,
Que carregam o peso da lida.