A Lição do Balão Preto na Festa da Vila

Houve um tempo em que um senhor idoso vendia coloridos balões em uma animada festa de rua.

Com habilidade de mestre vendedor, ele deixava que um balão vermelho escapasse para o céu, capturando os olhares e o desejo da juventude ali reunida, ansiosa por adquirir seus próprios balões.

Um garoto, de pele escura, estava por perto.

Ele não tirava os olhos do comerciante e, sem dúvida, se encantava com os balões.

Após o vermelho, o senhor soltou um balão azul, seguido de um amarelo e, por último, um branco.

Um a um, eles subiam até se perderem no infinito do céu.

O menino, com um olhar curioso, acompanhava cada um deles.

Seus pensamentos voavam alto, mas uma dúvida o incomodava: por que o balão preto não era solto?

Ele se aproximou do vendedor e perguntou com inocência:

- Moço, o balão preto voaria alto como os outros se o senhor o soltasse?

O vendedor de balões, com um sorriso que transmitia entendimento, libertou o balão preto, que começou a subir. E, observando-o ascender, disse ao menino:

- Veja, não é a cor que importa, mas sim o que ele carrega por dentro que o faz alcançar as alturas.

Em cada canto esquecido,
Lá no escuro escondido,
A aranha surge e tece,
Seu destino ela enlace.

Quieta e determinada,
Segue seu instinto, nada a para,
Noite e dia, sem cessar,
Cria seu complexo lar.

Persiste em sua trama,
Nunca desiste, na sua fama,
Seu único fim, parece,
É viver presa às suas redes.

Com movimentos precisos,
Em seus atos impulsivos,
Persegue sem compaixão,
Multiplica a destruição.

Os insetos, nada sabendo,
No carinho falso crendo,
Viram vítimas, sem mais,
Da vilã das teias fatais.

Contente com sua obra,
A aranha na sombra opera,
Nos venenos que destila,
Vida ela toma, e não vacila.

Mas eis que chega o dia,
Quando a faxina inicia,
A infeliz é despojada
De sua morada envenenada.

A aranha, contudo, insiste,
Foge e de novo existe,
Ignora o bem que recebeu,
E em outro canto teceu.

Refletindo sobre tal ser,
Podemos bem perceber,
O espelho de muitos nós,
Na vida que nos aprisiona após.

A tantos no erro atados,
Deus manda dores, recados;
Mas libertos da aflição,
Buscam nova prisão.

Era uma vez um menino que tinha um temperamento difícil. Seu pai, numa tentativa de ensiná-lo uma lição valiosa, entregou-lhe um saco repleto de pregos e instruiu-o a cravar um na cerca do quintal sempre que perdesse a calma.

Logo no primeiro dia, o menino fixou 37 pregos na madeira. Mas aos poucos, esse número foi diminuindo. O menino percebeu que era mais simples dominar sua ira do que martelar pregos na cerca.

Chegou um dia em que o menino não se deixou levar pela raiva. Ele compartilhou a conquista com seu pai, que então propôs que removesse um prego da cerca a cada dia que mantivesse o controle sobre seu gênio.

Com o tempo, todos os pregos foram retirados. O pai, então, levou o menino até a cerca e disse:

"Fizeste um bom trabalho, filho, mas observa a cerca. Ela está marcada para sempre. As palavras proferidas na raiva deixam cicatrizes assim. Pode-se ferir alguém e depois pedir desculpas, mas, mesmo que peças perdão inúmeras vezes, a marca permanecerá.

As feridas causadas por palavras são tão graves quanto as físicas. Amigos verdadeiros são tesouros preciosos; eles te fazem sorrir e te apoiam nos momentos de sucesso. Estão sempre prontos a ouvir, oferecer conforto e abrir o coração para ti. Lembre-se disso antes de se irritar com alguém.

Era um mestre notável, daqueles que perseguem o estrelato e almejam sempre mais seguidores. Em vasto campo, atraiu centenas para sua roda de ensinamentos. Ergueu-se com voz firme e proclamou:
- Meus queridos, ouçam quem detém o saber.
Um silêncio profundo se fez presente. Daria para ouvir o zumbido de um mosquito.
- Jamais se envolvam com a companheira alheia; jamais.
Evitem o álcool e abstenham-se de carne.
Um ouvinte, corajoso, questionou:
- Não foste tu, abraçado à mulher de Jai, recentemente?
- Sim, fui eu - admitiu o mestre.
Outra voz indagou:
- E não eras tu na taverna, ao cair da noite, bebendo?
- Era eu mesmo - confirmou o mestre.
Um terceiro desafiou:
- E a carne que comias no mercado, não eras tu?
- Realmente - concordou o mestre.
A indignação tomou conta dos presentes e
os murmúrios de protesto se elevaram.
- Por que exiges de nós o que tu próprio não cumpres?
E o mestre hipócrita respondeu:
- Porque eu prego, mas não pratico.

O SÁBIO MESTRE ensinou: Se não achares um mestre autêntico a seguir, torna-te teu próprio guia.
Afinal, és ao mesmo tempo teu aluno e teu mentor.

Em busca de frutos silvestres nas árvores, um Urso fazia sua refeição da manhã, quando se deparou com um tronco tombado, morada de um enxame zeloso por seu valioso mel.

Cautelosamente, o Urso farejava ao redor do tronco, investigando se as abelhas estavam por perto.

Naquele instante, uma abelha retornava do campo, repleta de néctar floral para sua colmeia, e encontrou o astuto e inquisitivo Urso.

Temendo suas intenções, a abelha lançou-se sobre ele, cravou-lhe um ferroada e sumiu no interior do tronco caído.


A dor da picada enfureceu o Urso, que, descontrolado, atacou o tronco com garras e dentes, decidido a aniquilar o ninho. Contudo, sua ação só provocou a ira coletiva das abelhas.

Restou ao Urso, então, correr até um lago próximo, onde, após submergir e permanecer sob as águas, conseguiu se livrar do perigo.

Moral da História:
Melhor é suportar um leve incômodo em silêncio do que despertar a ira avassaladora de um adversário mais forte.

Desde o dia em que você chegou ao mundo, meu filho, vivo me questionando sobre o verdadeiro significado de ser pai. Creio que cada um tem seu próprio modo de exercer essa função.

Me esforço para ser o melhor modelo para você, compartilhando as lições que a vida me ensinou e mantendo sempre a mente aberta. É curioso como a paternidade nos transforma e nos faz aprender tanto quanto ensinamos.

Você, meu pequeno, foi quem me apresentou à dimensão mais profunda do amor. Um sentimento puro e sem limites, e por essa lição, sou eternamente grato a você.

Minha existência foi revolucionada desde que você chegou e sei que ainda há muitas mudanças por vir. No entanto, cada desafio é recompensado quando te abraço ao voltar para casa e observo seu crescimento dia após dia.

Prometo estar ao seu lado em cada etapa do seu desenvolvimento, meu filho, buscando ser um referencial de integridade para que você floresça em um homem admirável!