Lágrimas: O Direito Divino da Dor

Nunca se envergonhe se não puder conter suas lágrimas, pois são à elas concebido, o divino direito da dor.

Um Lobo, que acabara de subtrair uma ovelha, após ponderar brevemente, decidiu que era mais prudente afastar-se do redil, para enfim, desfrutar de seu banquete merecido, longe de olhares alheios e interrupções indesejadas.

Entretanto, seus planos foram abruptamente alterados quando, durante a fuga, encontrou-se com um Leão imponente, que, sem muitos rodeios, arrebatou a ovelha com um único salto.

O Lobo, frustrado, porém mantendo-se a uma distância prudente do adversário, exclamou com ressentimento e um toque de sarcasmo: "Você não tem o direito de se apropriar do que por direito é meu!".

O Leão, surpreso com a ousadia do rival e olhando ao redor, mas considerando o Lobo distante demais para justificar uma perseguição só para lhe ensinar uma lição, respondeu com desdém: "Como é seu por direito? Você porventura pagou por ela, ou será que o pastor lhe deu de presente? Por favor, esclareça, como você a obteve?".

Moral da História:

O que se obtém de forma imperfeita, por vias imperfeitas se esvai.

Há momentos em que a dor visita nosso coração e, sem resistência, a deixamos entrar. Por vezes, o único caminho é permitir que essa dor se converta em lágrimas.

Nem sempre possuímos a força para lutar contra o peso que oprime nosso peito. Contudo, é essencial manter a fé, enxugar as lágrimas e crer que, no amanhã, teremos a capacidade de nos erguer.

Para cada coisa, Deus estabeleceu um momento, um desígnio além da nossa compreensão. Mas é possível manter a crença, a confiança e a garra! Sinta orgulho, mesmo quando a dor parecer insuperável, pois as melhores experiências ainda estão por vir!

Quando a dor da perda nos visita, seja pela partida de um ente querido, seja pelo fim de um amor, é essencial permitir-se viver o luto. É necessário processar essa dor. Ignorá-la, fingindo que nada aconteceu, e prosseguir com a vida, com a dor camuflada em algum canto do coração, não é o caminho.

Encarar a dor da perda é imprescindível, mesmo que isso machuque, dilacere. É preciso ser resiliente, mas também é permitido sentir a dor. A verdadeira força está em reconhecer a intensidade da dor, experienciá-la, lutar para superá-la, e, com o tempo, converter essa dor em saudade, conhecimento, crescimento.

Após o luto, é hora de batalhar. Batalhar para continuar vivendo, para se abrir ao novo que a vida tem para oferecer. Mesmo que a morte nos roube um fragmento da vida, um pedaço de nós, a vida não para. Precisamos nos apegar ao que resta, ao que a vida ainda nos reserva. Vale a pena viver, apesar de tudo, apesar da angústia.

Em tributo à vida daqueles que nos deixaram, por respeito a nós mesmos e à nossa trajetória, é essencial viver e procurar felicidade e significado em nossas ações. Haverá momentos difíceis, momentos em que desistir parecerá o mais fácil. No entanto, é nessas ocasiões que se define quem realmente tem força. Sinta orgulho em sua capacidade de seguir em frente!

Hoje, meu peito carrega uma dor imensa, e até o ato de respirar se torna penoso. Tenho consciência de que o tempo amenizará esse sofrimento, mas neste momento, preciso desabafar sobre a traição de uma amiga. Outros já haviam relatado o quão profunda é a dor de uma decepção amigável, porém eu nunca havia sentido na própria pele, até hoje.

A amiga em quem depositei toda a minha confiança, acabou por pisar em meu coração e me trair. Lágrimas escorrem pelo rosto pela sua traição e pelo luto de uma amizade que eu prezava. Agora entendo que a dor na amizade é tão intensa justamente porque atinge em dois fronts: a dor da traição e a dor de perder alguém que amávamos e jamais desejávamos deixar para trás.

Dizer adeus nunca foi fácil, e agora sinto a dor cortante de me despedir do nosso amor, da vida que construímos juntos, do nosso lar. É angustiante despertar na ausência de sua presença e encarar um dia que se arrasta sem o som da sua voz, seu riso e seus conselhos. Sempre detestei despedidas, e esta, sem dúvida, é a mais dolorosa que já enfrentei.

Estou buscando forças para permanecer de pé, para avançar e edificar uma nova existência. Se essa despedida trouxe tamanha dor, anseio que em breve possa me despedir também desse sofrimento e acolher de novo a alegria e, acima de tudo, a serenidade.

Como é árduo e me parece agora um desafio intransponível voltar a ser feliz. Mas tenho consciência de que tudo é passageiro e essa dor também vai se esvair. Pode ser que leve tempo, mas enquanto isso, sigo plantando sementes e cuidando da terra, que ao menos as minhas lágrimas sirvam para nutri-las.

Quem sabe, talvez mais rápido do que suponho, as flores e frutos venham a surgir? Quem sabe uma agradável surpresa me aguarde logo ali? Quem sabe eu redescubra o sorriso? Quem sabe eu me despeça da tristeza e da solidão antes do que prevejo.

Basta-me semear o que há de mais puro em mim e na minha vida, sem me prender ao passado e à dor. Que Deus me abençoe e me conceda forças para não sucumbir ao sofrimento!