A Eternidade do Belo Efêmero

O belo é efêmero,
mas grava-se eternamente na memória.

Um Sorriso, um belo Sorriso, um encantador Sorriso, que veio de você e me cativou, me hipnotizou.
Por tempos a fio, sonhei com ele, via-o por todos os lados, e ao estar com você, nada mais importava, era só você e seu belo sorriso.
Você sorria livremente, irradiando felicidade que me contagiava, sentia-me bem ao seu lado, até que um dia seu belo sorriso se escondeu e ao te ver assim, abatido, sem seu sorriso, meu mundo escureceu junto, a melancolia se apoderou de mim, pois minha razão de sorrir era o seu sorriso, parecia que o chão desaparecia, fiquei arrasado, e me aproximando de você, contemplei seu belo rosto, entristecido, e sem intenção por um instante te fiz sorrir, o júbilo invadiu meu coração e então compreendi que preciso de você e de seu sorriso sempre por perto, e é assim que desejo, eu, você e o seu belo sorriso, iluminando-me como o sol ilumina os dias, para todo o sempre.

O afeto perene transcende o efêmero da existência. A jornada humana é breve, um mero instante no infinito. Como posso conceber que meu amor por ti se esvaia com o fim dos dias?!

Anseio por amar-te além do tempo, permanecer a teu lado aqui e na imortalidade, cruzando céus e terras, em todas as vidas que me forem concedidas.

Creio piamente que, mesmo que o destino nos afaste aos confins do globo, meu coração me conduzirá de volta a ti. Nossos espíritos estão atados pelo laço do amor perene.

E se porventura te fores antes de mim, meu lamento será breve, pois a certeza do reencontro acalenta minha alma. Nosso amor é o cruzamento nas sendas sinuosas e sem fim da eternidade.

Posso traçar as linhas mais melancólicas esta noite.
Redigir, por exemplo: "O céu brilha salpicado de estrelas,
e tremem, azulados, os astros distantes".
O sopro noturno dança pelo firmamento e entoa.

Posso traçar as linhas mais melancólicas esta noite.
Amei-a, e por vezes, ela também me amou.
Em noites assim, ela estava em meus braços.
Seus lábios beijei sob a vastidão celeste.
Ela me amou, por vezes, eu também a amava.
Como ignorar o brilho de seu olhar intenso.

Posso traçar as linhas mais melancólicas esta noite.
Pensar que não a possuo. Sentir que a perdi.
Ouvir a noite ampla, ainda mais sem sua presença.
E a poesia toca a alma como orvalho na relva.
Que importa se meu amor não conseguiu retê-la.
O céu brilha salpicado e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém entoa uma canção. Ao longe.
Minha alma não se satisfaz por tê-la perdido.
Meus olhos a procuram, querendo aproximá-la.
Meu coração a busca, e ela não está comigo.
A mesma noite que alveja as mesmas árvores.
Nós, de outrora, já não somos os mesmos.

Já não a amo, é verdade, mas quanto a amei.
Minha voz buscava o vento para alcançar seu ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
Sua voz, sua silhueta límpida. Seus olhos vastos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez ainda a amo.
É tão efêmero o amor, e o esquecimento tão extenso.

Pois em noites como esta, quando a tive entre meus braços,
minha alma não se satisfaz por tê-la perdido.
Embora este seja o último pesar que ela me causa,
e estes sejam os derradeiros versos que lhe dedico.

(Pablo Neruda)

Numa noite de sábado, o que mais anseio é por um romance, ainda que seja efêmero.

Refletindo sobre a jornada que é um matrimônio, cada pessoa deveria ponderar: Teria você o gosto de dialogar com seu par até os cabelos embranquecerem? O efêmero se desfaz no enlace matrimonial, mas perduram as relações forjadas no afeto e diálogo incessante.

É essencial também zelar pelo sonho alheio, reconhecendo sua fragilidade e essência emocional. Quem sabe ouvir, sabe dar vazão aos sonhos do parceiro, permitindo que eles voem livres. Entre idas e vindas de sonhos, o amor se fortalece. E, no final, nasce a vontade de que o ser amado seja eterno, para que essa troca nunca cesse.

Sinto orgulho ao desejar a vocês toda a alegria do mundo.
Parabéns pelos 25 anos de união...