Ecos de um Amor Distante

Eu o observava diariamente, incessantemente, em cada instante. Contudo, jamais o sentia próximo. Meu coração não se alvoroçava mais como outrora e o fervor que antes me sufocava já não existia. Tudo se tornou hábito. Um hábito que escolhemos e que, paradoxalmente, nos separava. Expressões automáticas, proferidas sem pensar, desprovidas de emoção e, às vezes, desprovidas de sentido também.

Refletindo sobre o passado, indago-me sobre o início de tudo. Em que ponto despencamos nesse abismo que nos dilacera antes mesmo de tocarmos o solo. Ele não responde a esses questionamentos e, ah, como eu queria ter as respostas. Nossa existência se converteu em mera penumbra e agora perambulo sozinha pela morada.

Tão próximos, mas igualmente distantes. Tão presentes, contudo igualmente ausentes. Aprendi que o amor não se quantifica pelas distâncias, mas sim pela intensidade que ele desperta em cada ser.

Distante de ti sinto um vazio
Tua falta
Dilacera meu ser.
Saudade sem fim...
Aguardo
No limiar do sempre.
Sonhos aprisionados pelo relógio,
Risos subestimados.
Tua falta me atormenta
Torna-me cativa;
Cativa sob o jugo do tempo
Que comanda;
Comandos que ferem
E fazem sangrar minha alma.
São Instantes Imortais
Uma eternidade desbotada
Onde as flores não exalam
E as estrelas não cintilam...
Uma espera torturante.
Lágrimas de um amor distante;
Lágrimas que banham meu afeto.
O tempo escorre
E o amor se esvai.
Perdido, clama por auxílio...
Vem resgatar este amor
E pôr fim a estes
Instantes Imortais.

Nos desencontramos sem prévio aviso. Evaporamos sem um adeus, assassinamos nosso amor sem conceder-lhe uma última vontade, e ainda sufocamos seu derradeiro alento.

Quantas maravilhas poderíamos ter construído. Poderíamos ter vivenciado os sonhos que idealizamos.
Poderíamos ter optado por um trajeto menos árduo e carregado fardos mais suaves.

Mas escolhemos entrelaçar complicações nas trivialidades do dia a dia e transformar tudo que era simples em complexo. Escolhemos o isolamento silencioso, escolhemos nos encapsular em nossas convicções ao invés de buscar o diálogo.

Agora, estamos distantes, cada qual em sua rota, com um amor que se extinguiu sem justificativa e que jaz entre nós, não mais como uma via de conexão, mas como um obstáculo que nos divide.

Do que experimentamos, restou um amor perdido, malbaratado, estraçalhado. E agora é tarde, agora é distante, agora é melancolia.

Qual a data de hoje?
Gravaria na memória o brilho do teu olhar,
Gravaria na história os nossos momentos,
Gravaria na alma o teu afeto fugaz.

Consciente estou de que virá uma era,
Qual a data de hoje?
Consciente estou de que jamais te apagarei da memória,
Consciente estou de que jamais me apagarás do teu ser.

Essa ânsia tua de saber a data presente,
de que vale assinalar o dia corrente,
Se não está definido o instante do teu regresso?
Mas qual a data de hoje.

Desconheço o que te move,
se é desamor ou paixão,
se é ira ou mágoa,
Anseio descobrir qual a data de hoje,
tu distante e simultaneamente tão próximo.

Desejo te perceber, escutar tua voz,
ouvir a melodia do teu falar,
Mas guardas silêncio,
ah, se olhares falassem, o que o teu me revelaria?
sei que um dia desvendarei,
Por ora, qual a data de hoje?

Mesmo distante, você não sai da minha mente,
e sinto que pertenço ao seu lado.

Por que falar se não me escutas?
Evitar o confronto não muda o cenário

Lágrimas não caem dos meus olhos
Se decidires partir
Por vezes o afastamento é curativo
E o turbilhão acalmará com o tempo

Lembro-te dos momentos em que flutuávamos entre astros
Das horas preciosas compartilhadas
Nosso desejo era simplesmente nos entregar ao amor
E agora tenho plena convicção
Que nosso conto não se encerra aqui
Pois a borrasca há de cessar

Após a tempestade, quando o dia clarear
Entreabre a janela e perceba: eu sou a luz
Eu sou o vasto céu e o oceano
Eu sou o infinito azul
E o meu amor é vastidão sem fim

Lembro-te dos momentos em que flutuávamos entre astros
Das horas preciosas compartilhadas
Nosso desejo era simplesmente nos entregar ao amor
E agora tenho plena convicção
Que nosso conto não se encerra aqui
Pois a borrasca há de cessar

Após a tempestade, quando o dia clarear
Entreabre a janela e perceba: eu sou a luz
Eu sou o vasto céu e o oceano
Eu sou o infinito azul
E o meu amor é vastidão sem fim

Após a tempestade, quando o dia clarear
Entreabre a janela e perceba: eu sou a luz
Eu sou o vasto céu e o oceano
Eu sou o infinito azul
E meu amor é uma imensidão sem limites.