A Dor Silenciosa de um Adeus Inesperado

Não é simplesmente partir que dilacera a alma. Não é o desenlaçar dos dedos, nem o seguir por estradas que não mais se cruzam. A verdadeira angústia nasce ao deixarmos para trás o que acreditávamos ser perpétuo. O que fere é ver ruir um refúgio que parecia inabalável diante do infortúnio. De repente, tudo se esvai. Os sonhos se escondem em um horizonte nebuloso, e só resta a nós o peso da nossa dor.

O término de um romance carrega uma tragédia própria. Quando amamos, gravamos esse amor na eternidade de nossas lembranças. E é difícil prosseguir sozinhos, desamparados do apoio e afeto que outrora tivemos ao nosso lado. Contudo, quando a relação já não encontra mais seu caminho, quando o sentido do estar juntos se perde, o fim se torna um desfecho natural para ambos. E assim, sem mágoas, compreendo que o momento de dizer adeus é agora. Não resta mais nada a ser feito. Desta vez, este amor, não era para ser.

Em momentos de súbita melancolia,
Quando a dor silenciosa invade a alma,
Desafiando a minha incessante batalha,
Ela se mostra persistente, desafiadora.

Ela evoca a ausência do seu abraço,
Do calor de suas mãos, do seu afeto,
Revelando quão vã tem sido a busca
Pelo seu amor, pela sua presença.

Nas brisas, confidencio meu anseio,
Nas águas da chuva, escondo meu choro,
Rogo ao sol para dissipar minha tristeza,
E à noite, peço que te traga para mim.

No horizonte, busco a vontade de seguir,
Ansiando pelo dia em que, em teus braços,
Poderei entregar tudo o que, por ti, guardei.

De onde nasce essa energia que
me atrai ao brilho do seu olhar?
Para onde fluem estas lágrimas
que por ti não posso evitar?
Que atos me trariam seu afeto, ainda que fugaz?
Como apagar sua essência doce
da minha mente capaz?
Como me perder, nem que seja um segundo,
entre seus fios de cabelo?
Como fazer você ouvir
meus sussurros e anseios?
Meus olhos entoam uma
melodia de amor a você,
melodia que nem nas ondas do mar pude perceber.
Se eu pudesse acariciar seu rosto
sob a chuva a cair
e suavemente beijar seus lábios
tão doces a sorrir,
sentir seu corpo e em seus braços,
devagar fechar os olhos e me permitir...
Sei que versos e mais versos são vãos,
pois nenhum deles captura sua essência.
Resta-me fechar os olhos e abandonar a crença,
deixar meu coração derramar seu pranto, sentir a dor,
e no meu peito, sua lembrança,
aos poucos, deixar desvanecer no amor...

Dentro de mim, ecoa um vazio que talvez nomeie saudade.

Não me refiro à solidão – solidão é sentir-se deserto, e eu transbordo afeto,
sorrisos, ternura – tenho interesse por tantas coisas!

Desconheço para onde ir ou com quem conversar.

Possuo tanto e, simultaneamente, tão pouco a expressar!
Sinto falta de alguém que ouça,
uma voz que rompa o silêncio
e compartilhe também suas visões e reflexões.

Amigos distantes, imersos em suas próprias inquietações.

Observo cada um em seu universo particular, distante do nosso.

É curioso como me percebo flutuando, à deriva de tudo que acontece,
neste mundo de batalhas incessantes e caóticas – um planeta em frenesi!

Querido, hoje tive uma conversa silenciosa com nosso pequeno. Não escutei palavras, mas os movimentos dele aqui dentro falaram volumes de emoção.

Estou certa de que nosso bebê já se sente acolhido, cercado pelo afeto materno e pelo amor de um pai que nunca nos falta. Mal posso esperar para segurar essa preciosidade em meus braços e formarmos, enfim, nossa família radiante de felicidade.

A mulher, obra-prima divina,
Num instante de pura criação;
Qual flor, traz ternura que fascina,
Com chama viva pulsando no peito, então.

Nascida para o esplendor, a mulher
Não permite que apaguem seu fulgor;
Com convicção, ela sabe que vai vencer,
E alcançar o que deseja com fervor.

Por vezes pode parecer mais frágil,
E suas emoções a traem, é natural,
Mas diante do obstáculo não é frágil;
É resiliente, e a sua moral é seu aval.

Sua essência ninguém pode ignorar,
Embora por vezes seja complexa de se decifrar;
Se o mundo desabar, ela vai lá estar
Pois a mulher foi feita para triunfar.