A Dor de Perder o Amor da Minha Vida

Estava alheio ao mundo. Enquanto você padecia com meu vazio, eu me afundava em afazeres. Cada coisa ao redor roubava minha serenidade, e eu não encontrava momentos para te encarar e declarar o amor que compartilhávamos.

Reconheço que você, o amor supremo da minha existência, tenha partido, mas não posso evitar o desapontamento comigo mesmo por não ter impedido esse desfecho. Sua ausência é a cicatriz permanente em minha alma. Um vazio que meu coração jamais preencherá.

Busco compreender e ser aberta, mas o que você fez ultrapassa os limites do aceitável, é algo que não consigo esquecer ou perdoar. Diante de você, sinto-me paralisada, tomada por uma dor intensa, decepção e tristeza.

Neste momento, só me resta lutar por mim mesma. Posso derramar lágrimas, sentir o sofrimento, mas sei que isso vai passar. Quanto a você, não pode dizer o mesmo. A falha foi sua. Ainda assim, se estivesse ao meu alcance, eu mudaria o passado. Se pudesse escolher, impediria que tudo isso tivesse acontecido.

Mas não tenho o poder de alterar o que já foi, nem de apagar a minha decepção e mágoa. Não vou me prender a essa dor, pois mais cedo ou mais tarde, me sentirei mais forte e vou seguir em frente.

Queria poder sanar a dor que agora nos consome. Mas isso está além das minhas capacidades. O erro foi seu, e agora você deve enfrentá-lo. Estou triste, mas determinada a seguir em frente.

Não se conhece a vida sem provar o amor ao menos uma vez. Contudo, raro é o amor que não traz consigo a sombra da decepção. É assim que, em poucas palavras, posso descrever minha existência.

Ao amor me lancei com toda a força da minha alma. No entanto, junto a ele, a dor e a desilusão se fizeram presentes. O sofrimento que me foi imposto me conduziu à amargura.

Então, vi novamente o brilho da esperança, pois aprendi a perdoar. Liberei de meu coração quem me causou tamanho pesar e me vi leve, como não me sentia há tempos. Mesmo com essa atitude elevada, não consegui apagar as lembranças.

Talvez seja impossível, pois quem poderá afirmar que é capaz de amar, chorar, quase perecer de amor, perdoar e, ainda assim, esquecer? Eu certamente não! Meu caminho prossegue, mas a memória do que vivi permanece indelével.

Não existe desilusão maior do que entregar a vida a um amor, só para ser ferido dessa maneira. Carrego uma tristeza imensa, você era meu mundo inteiro e jamais imaginaria tal comportamento vindo de ti.

Será que passou pela sua cabeça a dor que causaria em mim? Dói demais ver que meu empenho foi inútil, e no fim, só me restou um coração em pedaços.

Eu anseio por seu amor, por uma conexão que nunca se desgaste. Sonho em construir ao seu lado uma saga de amor, repleta de aventuras para compartilhar com nossos futuros descendentes. Contudo, isso parece ser apenas um devaneio, um sonho cada vez mais distante. A realidade é dura; habitamos esferas distintas.

A dor me invade a cada vez que te vejo passar, ao escutar o som suave de sua voz, e ao me dar conta de que nossa história é efêmera. Meu desejo é revelar as emoções que fervilham em meu peito, mas, inevitavelmente, opto pelo silêncio mais uma vez.

O sentimento amoroso é um território desconhecido e imprevisível. É movido pela confiança que se arrisca a sofrer uma quebra no coração. E essa dor é intensa, aperta o peito, ocultando o que temos de mais valioso para dar ao mundo – o amor próprio.

Ninguém está a salvo da decepção, do amor que se esvai, da falta de afeto, e esse é o tormento até do coração mais confiante. Quando a alma é ferida, apenas o tempo pode serená-la. Nada mais.