Despedida Angustiante de um Companheiro Querido

Carrego no peito a angústia de me despedir do mais querido companheiro que a vida me deu. No silêncio da minha prece, suplico ao Criador que lhe conceda o descanso eterno.

Dizer adeus nunca foi fácil, e agora sinto a dor cortante de me despedir do nosso amor, da vida que construímos juntos, do nosso lar. É angustiante despertar na ausência de sua presença e encarar um dia que se arrasta sem o som da sua voz, seu riso e seus conselhos. Sempre detestei despedidas, e esta, sem dúvida, é a mais dolorosa que já enfrentei.

Estou buscando forças para permanecer de pé, para avançar e edificar uma nova existência. Se essa despedida trouxe tamanha dor, anseio que em breve possa me despedir também desse sofrimento e acolher de novo a alegria e, acima de tudo, a serenidade.

Como é árduo e me parece agora um desafio intransponível voltar a ser feliz. Mas tenho consciência de que tudo é passageiro e essa dor também vai se esvair. Pode ser que leve tempo, mas enquanto isso, sigo plantando sementes e cuidando da terra, que ao menos as minhas lágrimas sirvam para nutri-las.

Quem sabe, talvez mais rápido do que suponho, as flores e frutos venham a surgir? Quem sabe uma agradável surpresa me aguarde logo ali? Quem sabe eu redescubra o sorriso? Quem sabe eu me despeça da tristeza e da solidão antes do que prevejo.

Basta-me semear o que há de mais puro em mim e na minha vida, sem me prender ao passado e à dor. Que Deus me abençoe e me conceda forças para não sucumbir ao sofrimento!

Companheiro, tesouro sem igual,
Inquestionável, imensurável.
Companheiro, joia a ser cuidada,
Protegida, venerada.
Companheiro, que reúne tantas facetas.
Um tanto de doutor, educador,
Mentor, financeiro, confidente,
Planejador, comediante, artista
E por vezes até terapeuta.
Mas há uma arte que domina mais,
Domina, e sempre exercita,
Que é a arte de ser companheiro! Então:
Valorize-o. Conserve-o. Exalte-o.
Cuide-o. E sempre envie preces por ele,
Pois ele é uma dádiva divina!

COMPANHEIRO(A),
expressão tão singela
para se grafar
e articular,
mas tão complexa de encontrar.
COMPANHEIRO(A),
é quem nos sustenta
nos instantes árduos,
é quem nos alerta
em falhas e debilidades,
é quem é sincero,
que não faz lisonjas
para não tirar proveito.
COMPANHEIRO(A),
é quem percebe
quando não estamos
e derrama lágrimas quando derramamos.

Há uma força avassaladora que nos divide, um muro invisível que torna o nosso amor uma utopia. A paixão existe, é palpável, e temos consciência dela em nossos corações, contudo, nos falta a audácia para lutar contra tudo que nos quer distantes.

É angustiante perceber que uma potencial epopeia amorosa não passará de uma fantasia encantadora, e causa tristeza ver nossos passos seguindo rumos divergentes. Se não temos forças para superar os desafios que aparecem, talvez seja hora de abandonarmos a ideia de um futuro a dois.

A aurora se apresenta;
O astro rei espreita no confim;
Agitação interna me consome
pela dúvida do que virá a mim;
É como se de repente o mundo ao redor
perdesse toda sua razão de ser.
Lágrimas brotam,
e a causa me foge ao entender.
Observo aves em voo sereno,
parecem ter clareza em sua demanda
e no achado de seu destino;
Indago-me sobre
meus anseios e onde os encontrar.
As aves sumiram no céu,
e eu me afundo em reflexões.
Que convicção posso ter
nesta imensa confusão?
O que me garante que
estou de fato vivo e não extinto?
Parece haver um véu
que o sol acaba de transpor.
Poderei eu levantá-lo e espiar
o que se desenrola ali
e qual cena se projeta em minha existência?
Viver sem respostas
a essas indagações é angustiante;
ignorar o roteiro do filme que envolve
minha existência é triste e causa dor.
Então, qual deve ser meu ato?
Sentar e aguardar o desenrolar dos eventos? Jamais!
É essencial que eu mesmo elabore
o roteiro do filme que almejo para minha vida
e certamente voarei livre como as aves!