Desistindo do Inatingível: Adeus às Ilusões de Amor

Sempre me encantei pelo inatingível. Admito que fui uma sonhadora incansável, porém, hoje, certas ilusões se desfizeram. Em relação a nós, por exemplo! Você vem falhando em suas responsabilidades.

Sinto-me isolada, desamparada e um tanto desorientada, pois não era isso que eu esperava para nós. Sua falta é o maior dos obstáculos e já não tenho mais forças para lutar.

Nosso amor parece fadado ao fracasso e um de nós precisa decidir. Eu decidi! Tenho carinho por você, mas estou desistindo, pois já não tenho mais fé.

Recuso-me a ceder ao sono
Pois sonhar é reviver ilusões
Fechar os olhos é sua imagem invocar
Sem que haja toques, apenas visões
Em meu pensamento
Sua voz ressoa sem parar
Sussurrando para esquecer
Que nada houve em nosso olhar
E que jamais algo irá brotar
Recuso-me a ceder ao sono
Pois sonhar é reviver ilusões
E meu sonho é invariavelmente o mesmo
Fantasia de tê-lo em meus braços
E nutrir a esperança de um dia lhe dar meu afeto.

Quantos já não amaram antes de mim? Quantos já encontraram a felicidade, sofreram perdas, disseram adeus? Mas por que, quando chega a nossa vez, a dor parece insuportável?

Ainda sinto o calor dos seus lábios nos meus, ainda visualizo seu rosto repousando no travesseiro ao meu lado, ainda ouço seus passos ecoando pelo corredor, e sua risada, que preenchia a casa com alegria, ainda ressoa em minha memória. Recuso-me a lembrar do brilho triste em seus olhos, não quero escutar seu pranto, não desejo ver o reflexo das minhas próprias lágrimas no espelho.

Parece que foi ontem que nos amávamos, que nos abraçávamos e fazíamos promessas de um amor sem fim. Mas há momentos na vida que fogem ao nosso controle. Então, por que é tão árduo pronunciar um adeus? Por que cada palavra de despedida corta tão profundamente?

Hoje, com pesar, lhe digo adeus, um adeus que me é imposto, repleto de uma tristeza profunda e uma dor que me consome. Você partiu, e embora digam que é sem retorno, meu coração se recusa a aceitar. A dor é tão intensa que fere tanto a alma quanto o corpo, só de imaginar que nunca mais verei seu rosto.Hoje, meu adeus é mudo, com um coração em pedaços. Lágrimas escorrem enquanto visto o luto na alma, consciente de que nada poderá suavizar esta angústia, e certamente nada poderá ocupar o espaço de sua presença.Hoje, um vazio imenso se instala em minha vida, o espaço que era seu. Tantas palavras não ditas, tantos momentos não compartilhados, mas uma coisa é inabalável: nunca esquecerei você, não importa o tempo que passe, não importa o quanto doa. E quem sabe, um dia, possamos nos reencontrar...Que Deus conceda paz e repouso à sua alma!

Jamais abandonarei o que temos,
não interessa o quão inatingível
nosso amor possa parecer.

Celebração Escoteira

No mundo do escotismo, cada momento é um doce devaneio.
Fala-se da lendária Ilha de Brownsea, de Gilwell Park, de todo aquele encanto, da irmandade, dos ensinamentos preciosos.
Ecoam histórias dos Jamborees de outrora, do último encontro global no Chile, das aventuras em acampamentos estaduais.
Com o passar dos dias e sábados, o escoteiro dedicado se empenha, estuda, lê, se diverte, monta sua barraca com entusiasmo, enfrenta desafios, debate questões, se emociona no Fogo de Conselho, se empolga com a Jornada.
Escala o ápice de uma montanha, exulta ao se tornar Escoteiro da Pátria.
Mas o tempo segue seu curso, e se prepara para a grande transição, talvez para liderar a tropa escoteira.
Lembra-se das palavras de Baden-Powell, de que para tornar algo possível basta remover o "IM" da palavra... Porém, começa a questionar tudo, a capacidade transformadora do escotismo, pois até mesmo um sonho juvenil parece inatingível para quem vem de uma classe média-baixa. Ainda assim, o Escoteiro apaixonado persiste no seu amor pelo Movimento, com toda a energia juvenil, com todo o respeito ao fundador, com toda a determinação de seguir na trilha que pode inspirar mais um jovem a redescobrir a poesia criada por BP.