O Desencanto do Altruísmo Unilateral

Descobri, da maneira mais triste,
que não compensa dedicar-se por inteiro
a quem só tem olhos para si mesmo.

Pode ser que você nem faça ideia de quem eu seja, ou, se tem noção, optou por me excluir da sua atenção enquanto o tempo escorria. Ansiava por um espaço significativo em sua vida, contudo, agora é evidente que não ocupo espaço algum. Quiçá o equívoco tenha sido meu, por nutrir um sonho impossível de me aninhar em seus braços.

Empenhei-me em revelar minha essência, em transmitir o que batia aqui dentro por ti. Reconheço que poderia ter sido mais direta, mas o receio de expor inteiramente meus sentimentos me deteve. Ainda assim, em atitudes sutis, sempre deixei claro meu prazer em sua companhia. Meus olhos reluziam de alegria ao dialogar contigo, e eu rogava para que os segundos se arrastassem. A presença conjunta parecia idílica, e jamais ocultei tal fato. Lamentável que tal perfeição fosse unilateral.

Ninguém aprecia padecer por alguém que nos ignora, nem insistir em uma trajetória que se revela uma mera fantasia. É essencial aprendermos a proferir um adeus na hora apropriada. Este sentimento já não encontra mais abrigo em meu ser.

Que o desencanto e a melancolia não se instalem no seu dia a dia,
nem as lágrimas sejam sua companhia constante. Sinto orgulho por saber
que você tem força para ultrapassar momentos tristes.

O planeta clama por almas menos voltadas ao próprio umbigo e mais dispostas a estender as mãos. Afinal, um ato de bondade, por mais singelo que seja, pode ser o farol na escuridão para quem enfrenta adversidades.

Ao partilhar um pouco de si, não se perde; ao contrário, enriquece-se, pois o universo tem a mania bonita de devolver em abundância o bem que espalhamos.

Soberba e desdém são estradas que não levam a destinos interessantes. Contudo, a gentileza e o altruísmo são asas que nos elevam ao paraíso. Ao cuidar de quem está ao seu redor, você também cuida da sua própria alegria plena.

É uma emoção indescritível, um
eco mudo, um perfume cheio
de calor que não se sente.
Somente o amor detém a chave
para se entregar sem revelar
seus mistérios ao coração.

É um clamor que ecoa na alma,
a dor de um amor não retribuído,
o peso de sentimentos não partilhados.
Apenas a resiliência pode superar
a mágoa de um afeto unilateral,
dedicado a quem é nosso tudo.

A quem é nosso tudo entregamos
sem esperar nada em retorno!

Um sujeito cansativo é aquele que deposita em nós um interesse
que supera em muito o que sentimos por ele.