Confiança é um requisito

Confiar em alguém é o requisito básico para que uma pessoa faça parte de sua vida. E eu confiei muito em você, até que você pegou toda a confiança que eu tinha e a usou a seu favor, me prejudicando e sendo falsa comigo. A tristeza que permanece em mim hoje, principalmente em relação a você, é imensurável.

A confiança não se solicita, não se entrega de mão beijada e tampouco se adquire com bens. Ela é fruto de uma conquista árdua e, uma vez abalada, raramente se restaura.

Confiar é ter a certeza de que se pode depender de alguém, é crer e nutrir fé e esperança nessa pessoa. Assim, para ser digno da confiança alheia, é essencial honrar a própria palavra e cumprir com os compromissos assumidos. A cada vez que se falha com a palavra ou compromisso, a confiança se esfacela.

Ganhar a confiança de alguém demanda verdade e retidão. Não é atendendo ou agindo conforme o desejo alheio que se ganha confiança, mas sim pela honestidade com nossas emoções e com as emoções alheias, mantendo princípios e ética.

Jamais engane alguém pensando em poupar-lhe dor. Para preservar os vínculos de confiança, a verdade dolorosa é preferível à falsidade.

Quando realmente confiamos em alguém, trocamos provas de amizade e lealdade, pois confiar é tão significativo quanto ser confiável. A confiança é um pacto de honra, e só se pode confiar de verdade em quem também deposita confiança em nós.

Para mim, a amizade é um laço tão ou até mais sagrado que o amor. Não selamos nosso vínculo com anéis, nem juramos amor eterno, mas a lealdade é um requisito essencial.

É por isso que a dor da traição e a tristeza são insuportáveis quando alguém a quem confiamos nossa amizade, com quem dividimos segredos e sonhos, e em quem depositávamos confiança plena, nos trai de maneira tão vil como você fez comigo.

Desde aquele momento em que sua traição penetrou meu coração, sinto um esforço constante para compreender o motivo. Por que? Sinto orgulho em você, tinha amor por você! Dizem que amigos são a família que escolhemos, e agora vejo que falhei gravemente nessa escolha. E, já que o erro foi meu, assumo minha parcela de culpa por ter confiado em você.

Com o tempo, a amargura se esvairá, pois tudo se transforma, mas ficarei aguardando, pelo tempo que for necessário, suas explicações, suas desculpas. Meu lado mais sentimental sempre aguardará o dia em que você trará uma justificativa plausível para tudo isso, para que, quem sabe, possamos reconstruir nossa amizade...

Amor próprio, atenção genuína, afeto sincero e reconhecimento são sentimentos que jamais deveriam ser implorados ou suplicados. Ao agir assim, você está, de fato, renunciando ao seu respeito próprio e se rebaixando diante de alguém que, muito possivelmente, irá dilacerar seu coração.

Quando você se valoriza e entende seu próprio valor, a presença de outra pessoa não é um requisito para a sua felicidade. Tudo acontecerá no momento certo. E se o amor autêntico surgir em seu caminho, você o acolherá naturalmente.

As emoções precisam ser mútuas, devem surgir espontaneamente e construir sua própria narrativa. Evite a todo custo forçar uma situação destinada ao fracasso, ou cometer o equívoco de se diminuir apenas para se encaixar na vida de outrem.

O primeiro requisito para escrever bem sobre comida é ter um bom apetite.

Nada se compara a uma velha amizade. Com velhos amigos, o único requisito é a autenticidade. Você pode dizer o que vier à mente e fazer o que quiser. Não precisa se preocupar, pois sabe-se que essa amizade não é baseada na perfeição, mas sim no respeito e na aceitação.