Amantes incontroláveis e distantes

Quando nos encontramos
tentamos ser bons amigos
para nada acontecer
apenas conversar,
mas basta um toque
e nossos corpos se unem
> > é inexplicável
depois de caricias e brincadeiras
uma chama
lá estamos
sem lugar, sem horas, sem pensar
um ato praticamente irresponsável
nosso guia: apenas instinto
> > respiração ofegante
seus lábios molhados grudam nos meus
Eu sinto sua falta!
Quanto tempo...
Eu ainda quero que você me deixe na loucura
e seja minha insanidade
nós somos totalmente loucos
amantes e amados.

Não meros amigos, nem simples amantes;
Nossos corações vibrantes, em cores vibrantes,
Revelam um amor ardente e radiante!

Dois anos já se foram,
querida, e percebo que
nosso sentimento floresce
mais a cada dia. Comemoremos
nossas bodas de dedo-de-moça!
Que possamos ser
sempre companheiros,
amantes e cúmplices!

Posso traçar as linhas mais melancólicas esta noite.
Redigir, por exemplo: "O céu brilha salpicado de estrelas,
e tremem, azulados, os astros distantes".
O sopro noturno dança pelo firmamento e entoa.

Posso traçar as linhas mais melancólicas esta noite.
Amei-a, e por vezes, ela também me amou.
Em noites assim, ela estava em meus braços.
Seus lábios beijei sob a vastidão celeste.
Ela me amou, por vezes, eu também a amava.
Como ignorar o brilho de seu olhar intenso.

Posso traçar as linhas mais melancólicas esta noite.
Pensar que não a possuo. Sentir que a perdi.
Ouvir a noite ampla, ainda mais sem sua presença.
E a poesia toca a alma como orvalho na relva.
Que importa se meu amor não conseguiu retê-la.
O céu brilha salpicado e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém entoa uma canção. Ao longe.
Minha alma não se satisfaz por tê-la perdido.
Meus olhos a procuram, querendo aproximá-la.
Meu coração a busca, e ela não está comigo.
A mesma noite que alveja as mesmas árvores.
Nós, de outrora, já não somos os mesmos.

Já não a amo, é verdade, mas quanto a amei.
Minha voz buscava o vento para alcançar seu ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
Sua voz, sua silhueta límpida. Seus olhos vastos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez ainda a amo.
É tão efêmero o amor, e o esquecimento tão extenso.

Pois em noites como esta, quando a tive entre meus braços,
minha alma não se satisfaz por tê-la perdido.
Embora este seja o último pesar que ela me causa,
e estes sejam os derradeiros versos que lhe dedico.

(Pablo Neruda)

Vocês encarnam a essência mais
pura dos afetos, a elegância
suprema das graças, a dor
que jamais se faz sentir, e o amor
com todas as suas chamas e
verdades que habitam em meu peito.

Vocês são o fragmento mais
precioso de minha existência, a
parte mais rica, o elo mais forte
e o sofrimento que se esconde, e todas
as tristezas efêmeras ou
insignificantes ou até inexistentes.

Filhos são únicos, pares
imperfeitos ou jamais completos,
ou seres distantes com auras
encantadas, sempre vivos na
galeria da mente, no quadro do
que é precioso e unicamente na arte de amar.

Afeição - é a emoção
Que surge em um instante,
Verdadeiro, no peito;
São dois olhares inflamados
Juntos, entrelaçados, ligados
Por um encanto perfeito.

Afeição - são ramos
Orvalhados, refrescantes
Nas árvores do quintal;
Distantes ao nascer,
Mas ao crescer, a se encontrar,
E num abraço se entrelaçar.

São espíritos tão alinhados
Que compartilham o mesmo sorriso,
Que sentem a mesma dor;
São cantos de amores unidos,
Duas harpas em harmonia,
Ou versos de igual valor.

Afeição - minha querência,
É melodia de ave,
É o perfume que a flor traz;
São as nuvens de um céu sereno
É o que me inspira teu semblante...
- Afeição - é quase um abraço de paz!