Amanhecer de Luz, Passos na Areia e Noites Vibrantes

Que cada amanhecer traga luz do sol,
Que meus passos encontrem a areia fina,
Que as ondas renovem meu espírito
E a energia seja sempre mais elevada
Do que ontem.

A estação do calor apenas desponta,
Contudo, já sinto desejo ardente
Pela refrescância de sorvetes e drinks gelados,
Pelo som vibrante ecoando
E conversas calorosas madrugada afora.

Numa noite, eu vivi um sonho. Sonhei que caminhava pela praia ao lado do Senhor, e pelo céu, desfilavam cenas da minha jornada.

Para cada momento vivido, notava-se na areia dois conjuntos de pegadas; uma era minha, a outra, do Senhor.

Ao fim da última cena de minha existência, lancei meu olhar para as pegadas deixadas atrás e percebi que, em várias ocasiões da minha vida, havia somente um par delas.

Vi que isso ocorria nos períodos mais árduos e sofridos da minha existência. Aquilo me perturbou, e questionei o Senhor:

- Senhor, prometeste que ao escolher Te seguir, caminharias comigo por toda a minha trajetória. Mas observei que, durante os momentos mais turbulentos da minha vida, havia apenas um conjunto de pegadas na areia. Não entendo por que me deixaste sozinho quando mais precisei de Ti.

O Senhor, com ternura, respondeu: - Meu querido filho, Eu te amo e nunca te abandonaria nos momentos de provação e dor. As vezes que viste na areia apenas um par de pegadas, foi exatamente quando te carreguei em meus braços.

Conta-se um belo conto árabe de dois companheiros peregrinando pelo deserto e, em um momento específico da jornada, entraram em conflito. O amigo que se sentiu insultado, calado, riscou na areia: "Hoje, meu fiel amigo me deu um tapa no rosto."

Continuaram a viagem até alcançarem um oásis, onde decidiram refrescar-se nas águas. O que sofrera o tapa começou a se afogar, mas foi resgatado pelo colega. Ao se recompor, tomou um cinzel e gravou em pedra: "Hoje, meu leal amigo salvou-me a existência."

Curioso, o amigo indagou:

- Por que, após eu te ferir, você marcou na areia e agora, que te salvei, gravaste na rocha?

Com um sorriso, o outro respondeu:

- Quando um grande amigo nos magoa, devemos anotar na areia, onde as brisas do esquecimento e da clemência se encarregam de sumir com as palavras. Mas, quando realiza por nós um ato nobre, devemos entalhar na pedra da memória e do afeto, onde nenhuma ventania deste mundo pode apagar.

Lembro-me de ter lido em algum lugar que no Egito existem cinquenta termos para diferenciar a areia. Isso se dá porque, na paisagem egípcia, a areia é o elemento mais marcante e é necessário utilizar diferentes expressões para distinguir cada tipo de areia.

Da mesma forma, os esquimós têm mais de cem expressões para o branco, já que estão rodeados de neve, e os povos indígenas contam com mais de 30 maneiras de nomear o verde, pois estão imersos na floresta.

Eu gostaria de ter mil maneiras de dizer "amor", pois o amor que nutro por você faz com que eu enxergue você em tudo. Sinto que somente com a palavra "amor" não consigo transmitir integralmente todo o afeto que carrego por você.

Por mais que eu tente, não consigo traduzir em palavras o que pulsa no meu coração. Assim, chego à conclusão de que o que sinto por você ainda não foi nomeado. Quem dera pudesse converter este sentimento em uma palavra para poder expressá-lo... Por enquanto, o que posso fazer é dizer que "eu te amo mais do que tudo"!

Havia um escritor que residia numa pacata praia, vizinha a uma comunidade de pescadores. Em um dia de caminhada pela orla, deparou-se com uma silhueta que lhe pareceu dançar. Ao aproximar-se, percebeu que era uma pessoa jovem, ocupada em recolher estrelas-do-mar da areia e, uma a uma, devolvê-las ao mar.

"Por que está fazendo isso?" – indagou o escritor.
"Não vê," – explicou a pessoa jovem – "a maré está baixa e o sol resplandece. Elas desidratarão e morrerão se permanecerem aqui." O escritor ficou perplexo.

"Meu bem, o mundo é repleto de praias e incontáveis estrelas-do-mar estão espalhadas por elas. Qual a diferença que isso faz? Você salva algumas, mas a maioria ainda vai perecer," argumentou o escritor.

A pessoa jovem apanhou mais uma estrela na areia, arremessou-a ao oceano, e, olhando para o escritor, afirmou: "Para esta, fiz toda a diferença!"

Naquela noite, o escritor não conseguiu redigir uma linha sequer, tampouco adormecer. Ao amanhecer, foi ao encontro da pessoa jovem, juntou-se a ela e, juntos, empreenderam o gesto de devolver as estrelas-do-mar ao oceano. Que possamos, então, ser mais um a querer tornar o mundo um lugar melhor!

Um minúsculo grão de areia
sonhador e tão singelo,
fitou os céus, viu uma estrela
e sonhou com um doce elo...

Fluiu o tempo, vastos anos
no firmamento, ela a brilhar,
enquanto ele, na imensidão salgada,
jamais pôde seu amor alcançar.

Se houve paixão, se houve ternura
entre a estrela e o grão a vagar,
é um mistério sem nenhuma cura.
O que se sabe, com fervor,
é que bem depois, na imensidão do mar,
nasceu a estrela-do-mar, fruto do amor...